Brasileiros pagaram bilhões em subsídios na conta de luz neste ano; veja

Se você já teve curiosidade em analisar a sua conta de energia em detalhes, já deve ter percebido que há algumas cobranças “diferentes”. Afinal, elas não necessariamente têm a ver com o seu consumo dentro daquele mês. É assim com a tarifa para financiamento da iluminação pública, por exemplo. Também há outros valores embutidos que servem de subsídio para projetos relacionados à geração de energia e pautas diversas. Assim, é a partir deles que, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foram arrecadados R$ 25,83 bilhões de janeiro até novembro deste ano.

A divulgação da informação pela agência ocorreu nesta terça (29). Como o valor está incluso no valor final pago pelo consumidor, torna-se quase imperceptível. Porém, para se ter uma ideia, ele corresponde a cerca de 12,59% da tarifa média paga nas casas dos brasileiros. Seja como for, esses e outros dados fazem parte de um painel online chamado Subsidiômetro, uma ferramenta que descreve em detalhes a composição da conta de luz do brasileiro.

Ademais, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou que “o objetivo desse projeto é possibilitar que o consumidor conheça os subsídios embutidos na conta de energia elétrica, os quais no seu valor final, e decidir se estes benefícios compensam os valores pagos na fatura”. Para ele, é importante que as pessoas saibam quem se beneficia desses valores, de modo que a conta de luz não seja encarada como um “cheque em branco” para o financiamento de políticas públicas.

Confira os principais subsídios e os valores arrecadados entre janeiro e novembro deste ano a partir da conta de energia:

• Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), para gerar eletricidade em locais isolados, geralmente via termelétricas: R$ 8,94 bilhões;
• Fontes Incentivadas de Energia, para incentivar fontes limpas de energia: R$ 6,93 bilhões;
• Tarifa Social de Energia Elétrica, para descontos na conta de luz dos mais pobres: R$ 3,38 bilhões;
• Geração distribuída, para financiar quem gera a própria energia, como quem tem painel solar em casa: R$ 2,23 bilhões;
• Irrigação e aquicultura: R$ 1,13 bilhão.

Além desses, os consumidores também pagam subsídios envolvendo o consumo em áreas rurais, a universalização do sistema elétrico, para carvão e óleo combustível, para distribuidoras de pequeno porte e para os serviços de água, esgoto e saneamento. Contudo, a expectativa da Aneel é que parte dos subsídios seja revista ou que o governo federal passe a arcar com alguns deles. Ainda assim, a questão é que o pagamento é obrigatório por conta da instituição por leis e decretos expedidos pelo Congresso ou próprio governo.