Commodities
Café já custa 3x mais do que há 5 anos, mas brasileiro não desiste da bebida
Aumento expressivo dos preços do café no Brasil gera impacto na economia e nos hábitos de consumo.
Nos últimos cinco anos, o preço do café torrado e moído no Brasil trilhou uma escalada significativa. Em janeiro de 2020, o valor médio do quilo era de R$ 16,78, segundo a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café). Já em janeiro de 2025, esse número saltou para R$ 56,07, representando um aumento de 234%.
Apesar do impacto direto nos consumidores, o crescente custo não diminuiu o apetite dos brasileiros pela bebida. Em 2024, o consumo interno subiu para 21,9 milhões de sacas, o que representa 40,4% da safra nacional e uma alta de 1,11% em comparação a 2023.
O Brasil mantém sua posição como o segundo maior consumidor global de café, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. No entanto, em termos per capita, os brasileiros consomem mais café do que os norte-americanos, com uma média de 6,26 kg de café cru por pessoa ao ano.
Fatores que impulsionam a alta dos preços
Vários elementos contribuíram para o encarecimento do café nos últimos anos. Entre eles, estão:
- Alta nos custos de produção;
- Instabilidade no mercado internacional;
- Mudanças climáticas;
- Inflação dos insumos agrícolas.
Esses fatores não apenas aumentaram o preço da matéria-prima em 224%, mas também obrigaram a indústria a repassar parte dos custos ao consumidor, resultando em um aumento de 110% no preço do café para os brasileiros.
Consumo crescente e estratégias
Mesmo com os preços elevados, os brasileiros não abandonaram o café, mas estratégias de economia têm sido adotadas. Muitas famílias optam por marcas mais baratas ou reduzem a quantidade de pó usado na preparação, por exemplo.
A alta no preço força os consumidores a buscarem alternativas, e a solução para muitos é procurar marcas mais em conta, ainda que a qualidade possa ser inferior.
Essa mudança reflete o “efeito substituição”, no qual as famílias ajustam seus hábitos para manter o café na mesa.
Desafios da indústria
Em meio a esse cenário, a indústria do café também enfrenta desafios significativos. Em 2024, o faturamento do setor de torrado atingiu R$ 36,82 bilhões, um salto de 60,85% comparado a 2023.
Contudo, isso é impulsionado principalmente pela alta dos preços, já que os custos da matéria-prima cresceram 116%.
A busca por qualidade e certificação tem sido uma estratégia para manter a competitividade. No ano passado, a Abic certificou 278 novos produtos, com destaque para as categorias de cafés especiais e gourmet, que cresceram 85% e 17%, respectivamente.
Com os preços sob pressão e o consumo ainda robusto, a expectativa é que o mercado se estabilize nos próximos meses. A produção nacional pode ser favorecida se as condições climáticas permitirem, atenuando o impacto nos custos e no bolso dos consumidores.

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