Agronegócio
Café pode ficar até 40% mais caro em 2022
Geadas e secas registradas neste ano podem refletir nas produções futuras e encarecer produtos
Embora doce, o preço do café pode ‘salgar’ o bolso do consumidor no próximo ano. Especialistas acreditam que os fatores climáticos registrados em 2021 podem refletir nas condições futuras do produto. Este ano, as regiões produtoras sofrem com as geadas e secas.
O economista André Braz, superintendente adjunto para inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), afirma que a estiagem prejudicou a produção. “O café está entre as vítimas da seca. Tivemos quebra de safra na cana – e a gente sabe que o café vai sempre junto com o açúcar. Como exemplo, a quebra de safra de milho jogou a carne de frango lá pra cima. A bola da vez é o café. As geadas comprometeram muito a árvore cafezal e as podas. Existem vários tipos de poda, mas estas necessárias para preservar os pés foram pesadas demais, o que diminuiu a oferta do grão. E com a queda na oferta, o preço disparou”, informou.
Associados às alterações climáticas, ainda se têm a escassez de contêineres, a desvalorização do real e os efeitos da pandemia. Tais fatores somados podem ocasionar em um aumento de até 40% do produto nos supermercados. Mas altas já vêm sendo sentidas. Dados da Organização Internacional do Café (OIC) mostram que, desde outubro do ano passado, o preço do produto vem crescendo em todo o mundo. Somente no primeiro semestre do ano, as exportações brasileiras chegaram a US$ 136,7 bilhões, um crescimento de 35,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Ainda segundo a OIC, o valor das commodities começou a subir já em fevereiro, quando a saca chegou a R$ 850. Em outubro, o preço da saca de 60 quilos do café robusta foi comercializada a R$ 800, enquanto o arábica, chegou a R$ 1.223. As projeções do preço da saca para maio de 2022, na Bolsa de Nova York, estão em torno de R$ 1.532. Na Bolsa de futuros de Londres, ela passa a incrível marca de R$ 2.048.
O Brasil é o maior produtor mundial de café. O país responde por um terço da produção mundial do produto.
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