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Califórnia decidirá futuro de trabalhadores de aplicativos

Nova lei da Califórnia exige que empresas que controlam como os trabalhadores fazem seu trabalho os classifique como funcionários fixos.

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A Califórnia tomará nesta terça-feira uma decisão sobre o futuro de trabalhadores de aplicativos, em votação que decidirá sobre uma proposta da Uber e seus parceiros que definiria a situação dos motoristas como independentes e não funcionários fixos das empresas.

A Proposta 22 é resultado de anos de disputas legais e legislativas a respeito de um modelo de negócios que permitiu a milhões de pessoas realizar pedidos de comida ou transporte utilizando apenas um aplicativo.

Segundo as companhias, a disputa é visa garantir flexibilidade para uma nova geração de trabalhadores que deseja escolher quando e como trabalhar. Já seus rivais consideram um esforço para explorar os trabalhadores e evitar custos relacionados ao status de funcionário que, segundo cálculos da Reuters, podem chegar a mais de 392 milhões de dólares por pessoa para a Uber Technologies e a Lyft.

Após gastarem 202 milhões de dólares no que se tornou a campanha eleitoral mais cara da história do Estado, Uber, Lyft, Doordash, Instacart e Postmates vêm ameaçando encerrar suas operações na Califórnia caso percam a disputa.

A movimentação é a reflexo de uma nova lei da Califórnia que exige que as empresas que controlam como os trabalhadores fazem seu trabalho os classifique como funcionários fixos.

O argumento das empresas de aplicativos é de que a lei não se aplica a elas porque são plataformas de tecnologia, não entidades contratantes, e que seus motoristas definem a maneira como trabalham.

Caso sejam obrigadas a pagar benefícios como salário mínimo, seguro-desemprego, convênio médico e compensação trabalhista, as companhias ameaçam cortes de 80% dos motoristas, aumento dos preços e até o fim das operações na Califórnia.

Em 2019, a Califórnia respondeu por 9%, ou cerca de 1,63 bilhão de dólares, da receita bruta global de corridas e entregas da Uber, e aproximadamente 16% do total de viagens da Lyft.

Mais de 70% dos atuais trabalhadores do setor não querem ser funcionários contratados, mostram pesquisas encomendadas pelas empresas, enquanto grupos trabalhistas colocam duvidas sobre essas pesquisas, afirmando que os motoristas estão divididos.

Para a motorista da Uber em Los Angeles Christine Tringali, as ações das empresas foram motivo de vergonha.

“Como alguém pode lutar tanto para evitar pagar às pessoas um salário mínimo e dar-lhes segurança no emprego? Trabalhamos tão duro quanto qualquer outra pessoa”, afirmou Tringali.

Em 26 de outubro, um levantamento do Instituto de Estudos Governamentais da UC Berkeley com mais de 6.600 moradores da Califórnia mostrou que 46% dos eleitores votariam a favor da proposta e 42% contra ela, com 12% de indecisos. A margem de erro é 2% para mais ou para menos.

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