Capim dourado: saiba mais sobre a planta e conheça suas utilidades

O capim dourado (Syngonanthus nitens) é considerado uma das preciosidades do Cerrado que brotam em campos de estados como o Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Tocantins e Bahia. Apesar do nome popular, a planta não se trata necessariamente de um capim, ou seja, não pertence à família das gramíneas, sendo, na verdade, a haste de uma pequena flor branca da família das sempre-vivas. 

Cada pé de capim-dourado é uma roseta que cresce perto do solo e produz duas hastes por ano. No entanto, algumas plantas podem produzir até 20 hastes no mesmo período. E é justamente essa parte da planta que é amplamente utilizada: as hastes douradas.

Muito utilizadas para a produção de artesanatos, as hastes do capim dourado transformam-se em objetos incríveis, tais como bolsas, sapatos, brincos, colares, carteiras, cestos, peças de decoração e outros. Atualmente, a produção desses artefatos é, inclusive, a principal fonte de renda de muitas famílias.

A arte de transformar as hastes em artesanato é uma herança dos índios Xerente, que resiste até os dias de hoje, sendo, por isso, nacionalmente conhecida e valorizada. 

Regras para a colheita

Em vista ser o capim dourado matéria prima para a fabricação de artesanatos de valor econômico relevante para pequenos produtores da região, foi necessário definir regras para a colheita de hastes com o objetivo de evitar a extinção da espécie. 

Sendo assim, o Instituto Natureza do Tocantins editou a Portaria 092/2005, reeditada como Portaria 362/2007, que resumidamente dispôs sobre as seguintes medidas: hastes apenas podem ser colhidas após 20 de setembro, ou seja, somente após a maturação das sementes; os frutos devem ser cortados e dispersos no solo logo após a colheita; e, as hastes de capim dourado não podem sair da região in natura, apenas em forma de artesanato.

Dessa forma, busca-se manter a cultura da fabricação de artesanato zelando pela preservação do capim dourado.