Carrefour Brasil vai lançar fundo contra racismo após assassinato de cliente no RS

O Carrefour Brasil reafirmou nesta terça-feira que lamenta profundamente o assassinato de João Alberto Silveira Freitas em uma unidade da companhia em Porto Alegre (RS) e que está levantando todos os fatos e tomando as devidas providências, incluindo o lançamento de um fundo de combate ao racismo.

Em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa afirmou que “a companhia não compactua com esse tipo de atitude e está adotando todas as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos nesse ato criminoso”.

Na última quinta-feira, Freitas, de 40 anos, foi espancado até a morte por seguranças de uma loja do Carrefour Brasil em Porto Alegre. Ocorrido na véspera do Dia da Consciência Negra, o crime gerou uma onda de protestos contra racismo e atos de manifestantes em lojas da rede desde sexta-feira, bem como campanhas de boicotes.

Na segunda-feira, as ações do Carrefour Brasil fecharam em queda de 5,3%, a 19,30 reais, a pior performance entre os papeis do Ibovespa, e que corresponde a uma perda em valor de mercado de 2,16 bilhões de reais. As ações recuavam 1,1% por volta de 10h20 desta terça.

Uma das iniciativas anunciadas pelo grupo é a criação de um fundo para promover a inclusão racial e o combate ao racismo, com aporte inicial de 25 milhões de reais. O Carrefour Brasil afirmou ainda que tem trabalhado “diariamente a cultura do respeito e valorização de todas as pessoas”. Os compromissos e o plano de ação que guiarão o fundo sendo informados na quarta-feira.

“Sabemos que não podemos reparar a perda da vida do senhor João Alberto. Este movimento é o primeiro passo da empresa para que o combate ao preconceito e racismo estrutural, que é urgente no Brasil, ganhe ainda mais força e apoio da sociedade”, afirmou em comunicado Noël Prioux, presidente do Carrefour Brasil.

O grupo, que também é dono da rede de atacarejo Atacadão, se comprometeu a reverter o resultado de lojas do Carrefour Brasil do último dia 20 a projetos de combate ao racismo no país.

Todas as lojas Carrefour no Brasil tiveram abertura adiada em duas horas no último sábado para que a empresa “pudesse, mais uma vez, reforçar o treinamento com colaboradores próprios e funcionários terceiros”, afirmou a rede.