Economia
Cedae ‘enxuta’ se concentrará na captação e tratamento
Previsão é de que três outorgas rendam R$ 22,5 bi à companhia
Embalada pela concessão de serviços de saneamento à iniciativa privada, a Companhia de Águas e Esgotos do Estado do Rio de Janeiro (Cedae) acelera seu processo de reestruturação para tornar-se, rapidamente, uma empresa mais ‘enxuta’ nas despesas, e que buscará conquistar novos ganhos de produtividade, além de alinhamento total ao ESG, sigla inglesa para agenda ambiental, social e de governança corporativa.
Captação e tratamento – Nessa nova fase, em que a Cedae deve se concentrar apenas nos processos de captação e tratamento da água a ser distribuída pelas concessionárias (que passam a ser responsáveis pela coleta e tratamento), a primeira medida de impacto será a reorganização pós-concessões, seguida da elaboração de um plano de negócios, prevê o presidente da Cedae, Leonardo Soares.
Eficiência energética – De acordo com o novo plano, será desenvolvido um programa de eficiência energética, automação das estações, criação de laboratórios de inovação e desenvolvimento de serviços secundários para gerar receitas acessórias. A previsão é de que o documento contendo o plano de negócios da ‘Nova Cedae’ – em elaboração pela consultoria EloGroup, deva estar concluído em abril do ano que vem.
Outorgas de R$ 22,5 bi – A expectativa do mercado é de que as três primeiras concessões da Cedae, no leilão de abril próximo, resultem em R$ 22,5 bilhões em outorgas. Desse total, R$ 15 bilhões foram transferidos ao Estado e R$ 1,5 bilhão já estariam no caixa da companhia, por conta de um adiantamento pelos ativos transferidos pela companhia às concessionárias.
Perfil mudado – A privatização de concessões fez com que a Cedae alterasse drasticamente seu perfil de mercado. “Saímos de um volume brutal de 10 milhões de clientes para atender à ‘meia dúzia’ de empresas”, explica Soares, ao completar que a mudança trouxe “mais segurança à receita, uma vez exclui a inadimplência da clientela física ou de prefeituras”.
Rombo de R$ 1 bi – Se considerada a maioria dos 64 municípios até então atendidos pela Cedae, a dívida com a companhia chegaria hoje próxima a R$ 1 bilhão, rombo referente sobretudo a contas em atraso, em que é proibido o corte de fornecimento de escolas e hospitais.
Redução drástica – Ao mesmo tempo, Soares planeja espera reduzir, ainda este ano, o quadro de funcionários dos atuais 4,5 mil funcionários ativos para em torno de 1 mil, em razão da aposentadoria de muitos e do programa de demissão voluntária.

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