Cervejinha ficou cara? Como o aumento está balançando a Heineken

Com o aumento substancial de dois dígitos no preço da cerveja, o consumo, como era de se imaginar, caiu bastante. Com isso, um dos maiores nomes do mercado, a Heineken NV, viu suas ações despencarem após ter cortado a previsão de lucros.

De acordo com os dados informados nesta última segunda-feira pela própria cervejaria holandesa, o lucro operacional teve uma queda de 22% em uma base ajustada nos primeiros seis meses do ano, além do volume de cerveja ter diminuído além do esperado, com os preços aumentando pouco menos do que 13%.

“O início do ano foi todo voltado para o repasse da inflação em nossos custos de insumos”, informa o CEO Dolf van den Brink, durante uma entrevista concedida. “Nós antecipamos nossos preços. Tivemos uma desaceleração econômica bastante forte no principal mercado do Vietnã, que é desproporcionalmente importante para nós”, finaliza.

Assim, as produtoras de cerveja estão tentando repassar os custos elevados das matérias-primas para os consumidores, mas sem fazer com que eles optem pelas marcas mais baratas em virtude desse aumento considerável nos preços.

Das grandes cervejarias mundiais, a Heineken foi a primeira a revelar os resultados do primeiro semestre deste ano, e, com base nos comentários da gigante, as rivais — Carlsberg A/S e Anheuser-Busch InBev NV — devem passar por situações tão complicadas quanto.

A Heineken, que antes projetava um crescimento de médio a alto, agora prevê um nível de estável a médio, com base em seu lucro operacional. A cervejaria com sede em Amsterdã antecipa a diminuição da inflação de custos para o próximo ano, o que pode intensificar a pressão para os preços aumentarem.

Os principais responsáveis pela queda do volume de cerveja e um aumento de receita menor que o esperado, conforme a Heineken, foram o Vietnã e a Nigéria, responsabilizados por mais da metade da queda no consumo, bem como a diminuição de demanda nas Américas.