Ceticismo sobre criptomoedas ainda domina setor financeiro e governos, mostra estudo

A maior parte do setor financeiro e dos governos vê as criptomoedas como arriscadas e acredita que elas possuem potencial para que sejam utilizadas em planos de lavagem de dinheiro e de evasão de sanções, aponta um estudo publicado nesta terça-feira.

Em levantamento realizado pelo grupo de estudos Royal United Services Institute e pela Associação de Especialistas contra Lavagem de Dinheiro, cerca de 60% dos entrevistados afirmaram que criptomoedas são arriscadas do que oportunas, e indicaram como a maior preocupação o seu uso ilícito.

A pesquisa é a primeira a detalhar o nível de cenismo dos tomadores globais de decisões sobre criptomoedas, por meio do mapeamento de suas visões em relação à tecnologia. Participaram do estudo mais de 550 respostas de instituições financeiras, autoridades, agências de regulação financeira e de escritórios de advocacia e empresas de seguros, além do próprio setor de criptomoedas.

Também há grandes dificuldades para que as criptomoedas tenham aceitação mais ampla, apesar de países estarem discutindo como regulações, mostrou o estudo. Até 2024, a União Europeia prometeu lançar novas regras sobre algumas moedas digitais.

Segundo o levantamento, a ideia de que as moedas digitais são usadas por criminosos está profundamente enraizada, com quase 90% dos entrevistados do setor financeiro citando preocupação sobre seu uso para lavagem de dinheiro. Mais de 80% temem a utilização de moedas digitais como forma de contornar sanções impostas no sistema financeiro formal.

“Todos os pesquisados disseram que as criptomoedas são vulneráveis a criminosos”, disseram os pesquisadores.

Somente 20% dos entrevistados do setor financeiro e de outras empresas privadas enxergam as moedas digitais como uma oportunidade, tendo sido citadas entre as potenciais vantagens a ampliação do acesso a serviços financeiros.