Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus se aproveitam de rali histórico do suco de laranja

A conjuntura que envolve o suco de laranja carrega dados mistos que não mostram claramente o tamanho rali de preços em Nova York.

Para as gigantes exportadoras do Brasil, como Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus, o que importa é que as cotações estão doces demais.

Entre dia 14 a ontem, os futuros do suco congelado renderam 45,35 centavos de dólar por libra-peso, isso porque houve dois ajustes de baixas (dias 12 e 13), após uma primeira sequência de forte valorização.

Ajuste de leve realização de lucros que se apresenta na tela nesta sexta (28), em 312,40 c/lp, às 11h25 (Brasília).

“Loucura, é recorde histórico atrás de recorde histórico”, diz o consultor de citrus e produtor Maurício Mendes.

Para ele, há uma expressão vinda do mercado de que poderá haver algum desbalanço no atendimento da demanda global.

O Departamento de Citricultura da Flórida acusou uma redução do suco disponível mundial de até 13% na safra 22/23, período no qual o Brasil aumentou as exportações aos Estados Unidos.

Porém, no mesmo relatório, há informações de que o consumo americano – que é o que conta hoje mesmo – está em franca queda, tanto por mudanças de hábitos quanto por um pouco de inflação desde 2022.

Ao mesmo tempo, na União Europeia (UE), principal destino do orange juice brasileiro, também houve uma desaceleração.

Enquanto aqui no Brasil, o último reporte da Fundecitrus se estima uma pequena baixa na oferta da safra 23/24. Se consolidada em 309,34 milhões de caixas, indicará recuo de 1,55%.

Na Flórida a queda na produção será mais ainda elevada, porém o país não é mais formador de preços pelo lado da oferta, admite Maurício Mendes.