Mercado de Trabalho
CLT? Não, obrigado! Trabalhadores de app preferem autonomia, mostra estudo!
Nova pesquisa revela um dado importante acerca da formalização desses trabalhadores e ajuda a entender melhor os anseios da classe.
A questão dos direitos trabalhistas para trabalhadores de aplicativo já é uma discussão antiga aqui no Brasil, mas que agora está tomando outros rumos. Afinal, o Governo Federal já demonstrou a intenção de obrigar as plataformas a registrarem seus colaboradores.
Assim, caso isso se concretizasse, todos desenvolveriam suas atividades sob um regime de CLT, com os direitos e deveres que a modalidade concede. Porém, uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha surpreendeu ao revelar um interessante dado.
De acordo com os resultados, 3 em cada 4 entregadores e motoristas de aplicativo preferem que tudo fique como está, em vez de aderir à contratação via CLT. Nem mesmo os benefícios trabalhistas e proteções oferecidos parecem ser vantajosos para mudar a opinião das pessoas ouvidas.
Por que tantos trabalhadores não desejam a formalização via CLT?
Segundo os cidadãos que foram consultados, a CLT ameaçaria a flexibilidade e a autonomia que o atual modelo lhes confere. Por exemplo, esses profissionais não são obrigados a fazer um expediente em horário fixo, bater ponto, entre outras coisas.
Falando em números mais claros, 75% das pessoas que responderam à pesquisa ainda preferem se manter no atual regime de trabalho, rejeitando, assim, qualquer mudança proposta.
Somente 14% dos motoristas e entregadores responderam que preferem exercer seu trabalho sob um vínculo empregatício via CLT, para que, dessa forma, tenham acesso a direitos trabalhistas como férias, seguro-desemprego, entre outros.
Quanto à questão dos benefícios, 7 em cada 10 pessoas consultadas pela pesquisa disseram que concordariam em fazer contribuições para a Previdência, porém, para isso, as plataformas precisariam automatizar o processo e tornar seu acesso mais facilitado.
Para 89% dos entrevistados, garantir alguns direitos básicos é sim importante, desde que isso não interfira na liberdade e flexibilidade que o trabalho nos aplicativos lhes concede.
Somente 11% se mostraram a favor de assegurar todas as garantias trabalhistas, mesmo que isso sacrificasse parte da flexibilidade existente nos moldes atuais.
Por fim, ao todo, 6 em cada 10 profissionais contribuem para o INSS ou contam com previdência privada; 30% realizam contribuições com a modalidade do governo; e 25% disseram contribuir como autônomos, por meio de MEI (Microempreendedor Individual).
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