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Economia

Cogna vai direcionar ensino presencial da Krotok para cursos com mensalidades elevadas

Após prejuízo no segundo trimeste, Cogna vai reduzir a atuação presencial da Kroton para cursos preminum, e avalia aquisições como medicina.

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A Cogna anunciou nesta sexta-feira (21) que vai reduzir a atuação de sua unidade de ensino superior Kroton. O objetivo é focar em cursos “premium”, aqueles de mensalidades elevadas, o que indica aquisições do grupo em áreas como medicina.

“Premium não é só medicina, mas é um deles…Não descartamos oportunidades de aquisição. Temos quatro escolas hoje e pretendemos ampliar exposição”, disse o presidente da companhia Rodrigo Galindo a analistas.

O grupo de educação amargou prejuízo de R$ 140 milhões no segundo trimestre, em grande parte por conta da queda de receita e aumento da inadimplência causada dos efeitos da pandemia. Os papeis da empresa operavam no Ibovespa na manhã sexta-feira no Ibovespa com a maior queda de todas, 3%.

Os cursos presenciais da Kroton que não são premium serão reestruturados para versões via ensino à distância, reduzindo os custos da companhia. No primeiro a queda  no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de de 43%, se comparado ao mesmo período de 2020.

Para acelerar o processo de reestruturação da Kroton, a Cogna quer aproveitar que as medidas de isolamento social que levaram milhões de estudantes no país a optarem pelas modalidades de ensino pela internet (EAD). A maior parte das ações nesse sentido devem ocorrer entre este semestre e o início do próximo ano.

No segundo trimestre, a empresa foi mais restritiva na política de renegociação de dívida de alunos inadimplentes, o que deve impactar as rematrículas do segundo semestre. Com isso, executivos acreditam que as provisões para inadimplência deverão continuar pressionando a margem da companhia neste semestre.

“Estamos mais restritivos com alunos que geram pouco caixa. Estamos fazendo redução do presencial e queremos fazer isso de forma ágil e intensa e focar no EAD e plataformas digitais, o que deve ajudar o crescimento da geração de caixa no médio e longo prazos”, disse Galindo.

A Kroton também vai deixar de oferecer produto próprio de financiamento (PEP) a partir do ano que vem, cuja penetração na captação de alunos caiu a 6% no segundo semestre, em comparação com o nível de 12% em 2019. Com o foco que será dado no segmento premium e com o expansão da oferta de cursos online, mais baratos que presenciais, a empresa acredita que isso será possível.

Sobre endividamento, o vice-presidente financeiro da Cogna, Jamil Marques, acredita que não haverá quebra de covenants de dívida nos próximos meses.  A Cogna fechou o mês de junho com caixa de 3,7 bilhões de reais, e a próxima amortização relevante de dívida ocorre em agosto de 2021, ano em que vencem 2,25 bilhões de reais.

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