Com alta da gasolina, motoristas buscam por conversão ilegal para gás de cozinha

O número de conversões de veículos para adicionar kit de gás praticamente dobrou em 2021. Foram 18.027 conversões realizadas em agosto contra 9.364 no mesmo mês de 2020. Os dados são da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). Para fugir dos altos preços da gasolina, alguns motoristas buscaram conversões a gás clandestinas.

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GLP no carro

No caso dessas conversões, muitas são realizadas com base no GLP, o gás de cozinha comum. O grande problema é que esse tipo de procedimento põe em risco a vida dos motoristas e passageiros. Além disso, pode afetar a vida de terceiros.

O que ocorre é que aumenta o perigo de explosões em veículos convertidos dessa forma. Isso ocorre pela falta de fiscalização em decorrência da clandestinidade. Esse tipo de ação não é permitido por lei. Ainda assim é possível encontrar o kit para conversão de GLP sendo vendido.

Em uma plataforma de vendas online, o produto custa entre R$ 500 a R$ 1 mil. A promessa do vendedor se baseia em uma de “30% na cidade e 50% na estrada”.

Especialistas, no entanto, advertem que essa economia não é verdadeira. Ainda mais se levar em consideração o forte aumento do gás de cozinha nos últimos meses.

Projeto

Existe um Projeto de Lei (PL 4217/19) em tramitação na Câmara dos Deputados. Ele visa autorizar e regulamentar a utilização do GLP em automóveis. O texto está pronto para ser votado no plenário da Câmara.

Alguns representantes do setor de Gás Natural Veicular (GNV) próprio pra carros discordam. Eles argumentam que a venda do produto par automóveis pode encarecer ainda mais o gás para as famílias.

Aumento

As conversões para gás aumentaram consideravelmente após o crescimento vertiginoso dos preços de combustíveis comuns. A gasolina chegou a custar R$ 7,21 em alguns postos pelo Brasil. O etanol, por sua vez, atingiu o preço de R$ 6,99. Por isso, utilizar o GNV se tornou uma das opções para economizar.

Porém, o preço para essa conversão varia entre R$ 4 mil a R$ 7 mil. Por conta disso, alguns motoristas preferem se arriscar na clandestinidade e utilizar o GLP.