Com BRZ e Le Biscuit, 20 empresas já desistiram de listagem em 2020

A construtora BRZ e a rede de lojas de departamento Le Biscuit abandonaram seus planos de IPO, aumentando para 20 o número total de companhias que desistiram de listar suas ações na B3 em 2020, informou a CVM nesta segunda-feira.

As empresas haviam solicitado em agosto o registro para suas ofertas iniciais de ações (IPO). A Le Biscuit captaria recursos para pré-pagar dívidas, reformar e expandir lojas, investir em TI, logística e aumentar o capital de giro. A companhia com sede em Feira de Santana (BA) e que tem uma rede de 141 lojas, faria a operação também para que seus sócios atuais vendessem fatias no negócio.

A mineira BRZ, por sua vez, levantaria dinheiro com a venda de ações para aplicar em novos projetos, antecipar permutas com donos de terrenos, diminuir o endividamento, investir em tecnologia e reforçar a liquidez.

O movimento ilustra como a volatilidade do mercado de capitais tem suspendido estratégias de empresas de buscar recursos na bolsa para financiar projetos de expansão. Mas, enquanto as desistências atingem cifras inéditas, outras 22 companhias já levantaram cerca de 60 bilhões em IPOs neste ano, o segundo melhor para esse tipo de operação desde 2007.

Por outro lado, algumas das empresas que persistiram na listagem tiveram que se submeter a avaliações muito inferiores às estimadas. O brechó online Enjoei, estreou nesta segunda-feira após ter precificado seu IPO na semana passada com a ação sendo vendida no piso da faixa prevista.

Às 13:18, o Ibovespa tinha alta de 2,48%, enquanto a ação da Enjoei, que não faz parte do índice, despencava 9%, uma das poucas operando no vermelho nesta segunda-feira.

Nesta segunda-feira também devem ocorrer definições do preço das ofertas de outros dois IPOs: o da produtora de equipamentos na geração de energia eólica Aeris Energy e o da petrolífera 3R Petroleum. Amanhã a construtora Alphaville Urbanismo continua o movimento precificações.