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Concorrência e inadimplência sob controle devem ‘frear’ alta do spread

Variedades de financiamento e menor endividamento podem conter margem de lucro dos bancos

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Crédito: Suno

O acirramento da concorrência no mercado financeiro – devido à rápida digitalização da economia – e a estabilidade da inadimplência poderão ‘segurar’, a princípio, a tendência de alta do spread cobrado pelos bancos, a despeito da elevação constante da taxa básica de juros (Selic) – hoje em 7,75% ao ano – nos últimos meses.

Pressão da Selic – Essa é avaliação de especialistas a respeito da pressão exercida pela Selic sobre as margens de lucro das instituições financeiras, que deve aumentar nos próximos meses, tendo em vista a clara perspectiva de novos reajustes da taxa pelo Banco Central (BC).

Mix de crédito – Pesam na composição do spread – termo que define a diferença entre o custo de captação para os bancos e os juros que cobram nas linhas de crédito – além da inadimplência e a variação da Selic, também o chamado mix de crédito.

Resiliência em baixar – Ao mesmo tempo, historicamente, o spread mostrou mais ‘resiliência’ para descer do que para subir de patamar. Exemplo disso pode ser dado no início desse ano, quando a Selic chegou à mínima histórica de 2% ao ano, e o spread recuou para 14,2 pontos percentuais, depois de atingir uma máxima de 15,78 pontos percentuais.

Momento peculiar – Já em dezembro de 2013, quando a taxa básica era de 10%, o spread era praticamente o mesmo, de 13,28 pontos percentuais. A explicação para o fenômeno, segundo o diretor responsável por entidades financeiras da S&P Global Ratings no Brasil, Guilherme Machado, é a de que ”tivemos um momento peculiar, em que a Selic foi à mínima histórica, mas o risco de crédito seguiu alto, em razão da inadimplência elevada”.

Avanço moderado – Apesar das perspectivas não muito animadoras, o spread não deve avançar de forma expressiva nos próximos meses, na avaliação do head da área de análise de entidades financeiras da S&P no Brasil, Sergio Garibian, ao argumentar que o “poder de precificação dos grandes bancos atualmente é menor. “Se eu subir demais o spread, a concorrência me tira do jogo”, explica.

Facilidade creditícia – Outro importante fator concorrencial, na visão do professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EESP) Joelson Sampaio, é que hoje o consumidor dispõe de mais facilidade de conseguir crédito fora dos grandes bancos do que na última crise, entre 2015 e 2016.

Calcanhar de Aquiles – A tese de Sampaio, por sua vez, é contestada pelo head de renda variável da Eleven Financial, Carlos Daltozo, para quem “a última grande barreira de entrada para as fintechs e os bancos digitais é justamente a concessão de empréstimos, porque embora tenham acesso a recursos através de sucessivas rodadas de investimento, esses players ainda não conseguem captar dinheiro com a mesma facilidade dos grandes bancos.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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