Confiança de pequenas indústrias cresce 2,8 pontos em dezembro

A recuperação de expectativas do mercado – sobretudo, em relação à produção – foi o fator determinante para a alta de 2,8 pontos no índice de confiança de pequenas empresas ligadas à indústria, em dezembro do ano passado – indo 94,9 pontos – aponta o boletim mensal sobre a sondagem econômica do setor, elaborado pelo Sebrae – em parceria com a Fundação da Getúlio Vargas (FGV) – que visualiza tendência positiva do indicador no primeiro trimestre do ano (1T23).

Ao mesmo tempo, o resultado geral das micro e pequenas empresas (MPEs) apresentou queda de 0,5% no mês passado, consolidando o quarto recuo mensal seguido. No caso dos setores de comércio e de serviços, o índice ‘encolheu’ 1,1% e 0,3%, respectivamente.

Incertezas associadas ao processo eleitoral e ao novo governo são dois fatores que podem explicar o viés de menor confiança dos pequenos negócios, como também de toda a economia brasileira, acentua o presidente do Sebrae, Carlos Melles. “Apesar das possíveis incertezas sobre a condução da política econômica, estamos otimistas quanto às sinalizações de fomento ao empreendedorismo e crédito para o segmento”, avaliou o dirigente, em comunicado.

No entendimento de Melles, “tanto a inflação, quanto as altas taxas de juros contribuíram para uma maior cautela dos consumidores, que reduziram sua demanda por bens e serviços no quarto trimestre (4T22), o que teria causado a elevação dos estoques de produtos nas empresas.

O avanço da confiança industrial – que se baseia no Índice de Situação Atual (ISA), voltado ao curto prazo, e no Índice de Expectativas (IE), referente ao longo prazo – refletiu o bom desempenho de áreas, como alimentos; refino e produtos químicos; metalurgia e produtos de metal.

Por regiões, o indicador apresentou resultados díspares, a exemplo da queda acentuada do Nordeste (8 pontos), em contraste com a alta do Sul (8,9 pontos). Enquanto o Norte e o Centro-Oeste cresceram 2,7 pontos, o Sudeste caiu 0,5 pontos percentuais.