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Economia

Contas externas ficam negativas em julho; rombo é de US$ 1,6 bilhão

No ano, o déficit nas contas externas soma US$ 8,320 bilhões.

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As contas externas tiveram saldo negativo de US$ 1,584 bilhão em julho, informou hoje (25) o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2020, o déficit foi de US$ 646 milhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

Leia ainda: Atividade econômica avança 1,14% em junho, diz Banco Central

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a diferença no resultado na comparação interanual se deve ao crescimento das importações de bens e serviços, das despesas com lucros e dividendos (transações de empresas estrangeiras no país que remetem lucros ao exterior) e na conta de serviços. “Isso representa maior demanda doméstica por bens e serviços do exterior e mais lucratividade das empresas estrangeiras instaladas no Brasil. Todos esses fatores são consistentes com o crescimento da atividade econômica”, disse Rocha.

Em 12 meses, encerrados em julho, houve déficit em transações correntes de US$ 20,337 bilhões, 1,30% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 19,398 bilhões (1,26% do PIB) em junho de 2021 e déficit de US$ 42,760 bilhões (2,65% do PIB) no período equivalente terminado em julho de 2020.

Já no seis primeiros meses do ano, o déficit é de US$ 8,320 bilhões, contra saldo negativo de US$ 13,907 bilhões de janeiro a julho de 2020.

Balança comercial e de serviços

Segundo o BC, as exportações de bens totalizaram US$ 25,762 bilhões em julho, aumento de 31,9% em relação a igual mês de 2020. As importações somaram US$ 19,491 bilhões, incremento de 49,9% na comparação com julho do ano passado. Com esses resultados, a balança comercial fechou com superávit de US$ 6,271 bilhões no mês passado, ante saldo positivo de US$ 19,538 bilhões em julho de 2020.

O déficit na conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) manteve a trajetória de retração, com saldo negativo de US$ 1,338 bilhão em julho, ante US$ 2,027 bilhões em igual mês de 2020.

Apesar da redução, segundo Rocha, boa parte das rubricas da conta tiveram aumento, indicando maior demanda por serviços importados oferecidos por não-residentes. A exceção é em aluguel de equipamentos.

Na comparação interanual, houve redução de 48,4% nas despesas líquidas de aluguel de equipamentos, de US$ 1,181 bilhão em julho de 2020 para US$ 609 milhões em julho de 2021. De acordo com o BC, isso se deve pela nacionalização (importação) de equipamentos no âmbito do Repetro, ou seja, de bens que passam a ser propriedade de residentes no Brasil, sem a necessidade de pagamento de aluguel a não residentes.

O Repetro é o regime aduaneiro especial, que suspende a cobrança de tributos federais, de exportação e de importação de bens que se destinam às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e gás natural, principalmente as plataformas de exploração.

No caso das viagens internacionais, as receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil chegaram a US$ 223 milhões, enquanto as despesas de brasileiros no exterior ficaram em US$ 452 milhões. Com isso, a conta de viagens fechou o mês com déficit de US$ 229 milhões, ante déficit de US$ 127 milhões em julho de 2020.

De acordo com Rocha, esta é uma conta muito afetada pelas restrições impostas pela pandemia e pelas taxas de câmbio, mas vem se recuperando. Ainda assim, os valores estão muito abaixo do período pré-pandemia. Em julho de 2019, por exemplo, as despesas de brasileiros no exterior foram de US$ 1,3 bilhão. “Isso quer dizer que a pandemia ainda afeta de forma significativa as viagens internacionais, mas já começa, quando se olha a comparação, a haver alguma recuperação”, disse.

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