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Economia

Corrigir as causas das taxas negativas vai além da função do BCE, diz Schnabel

Membro do BCE diz que resposta de política econômica vigorosa dos governos à pandemia é fundamental para taxas mais positivas.

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Isabel Schnabel, membro da diretoria do Banco Central Europeu, afirmou que os efeitos colaterais da política monetária de taxas de juros negativas do BCE crescerão com o tempo, mas que corrigir os problemas estruturais que mantêm as taxas baixas vai além da função do banco.

A taxa de depósito para território negativo em 2004 foi reduzida pelo BCE, mas ela ficou negativa muito abaixo do esperado e os mercados não projetam um retorno a território positivo pelo menos nos próximos dez anos.

“Como com outras medidas de política monetária não convencionais, os efeitos colaterais provavelmente aumentarão com o tempo se o ambiente de taxas de juros negativas persistir por muito tempo”, afirmou Schnabel.

Contudo, ela argumentou que resultados têm sido extremamente positivos até agora e que o BCE ainda não atingiu o limite efetivo de cortes de juros, minimizando riscos como baixa lucratividade bancária e tomada de risco excessiva.

Em conferência online organizada pelo Congresso da Associação Econômica Europeia, Schnabel disse que “Há uma incerteza considerável quanto ao nível preciso da ‘taxa de reversão’ e as estimativas atuais sugerem que o BCE não atingiu o limite inferior efetivo”.

Embora o banco tenha limitado os efeitos colaterais ao fornecer compensação aos bancos pelas taxas punitivas, ela apontou que resolução dos problemas estruturais vai além da função do banco.

Refletindo os fundamentos estruturais fracos, incluindo baixo crescimento da produtividade, uma taxa de poupança mais elevada e o envelhecimento da população da Europa, as baixas taxas levam a um declínio de 20 anos no que é considerado a taxa de juros neutra.

“Uma vez que as taxas negativas refletem amplamente as tendências macroeconômicas adversas fora do mandato dos bancos centrais, uma resposta de política econômica vigorosa dos governos à pandemia é indispensável para aumentar o crescimento potencial, abrindo caminho para taxas de juros positivas no futuro”, completou Schnabel.

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