Commodities
Corte de produção da Arábia Saudita ‘aquece’ preços do petróleo
Redução de 1 milhão de barris por dia, anunciado pelo país árabe, elevou em 1,7% o barril do tipo Brent e em 1,9%, o WTI
O anúncio da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais aliados), na última sexta-feira (2), liderado pela Arábia Saudita, de que pretende cortar, em até 1 milhão de barris por dia a produção mundial de petróleo, até julho próximo – como forma de recuperar a cotação do barril ao patamar de US$ 130, logo após a deflagração da guerra da Ucrânia, em fevereiro do ano passado – foi recebida com ceticismo pelo mercado, nesta segunda-feira (5). Por enquanto, o valor da commodity continua ‘empacado’ em torno de US$ 70 o barril
Nem mesmo a decisão saudita de reduzir, pela terceira vez consecutiva em oito meses a produção do insumo energético – que foi acompanhada por países exportadores e aliados, durante reunião da Opep+ em Viena, na Áustria – soou como prenúncio de crise no Ocidente, entre analistas. Em outubro deste ano, o corte da organização chegou a 2 milhões de barris por dia, seguido de outro corte, de 1,1 milhão de barris por dia, em abril passado.
Como resultante, o índice europeu do setor de petróleo e gás teve alta hoje (5) de 0,7%, ao passo que o tipo Brent – referência global – obteve valorização de 1,7%, a US$ 77,45 o barril, e o similar ianque West Texas Intermediate (WYI) – referência dos EUA – avançou 1,9%, a US$ 73,08 o barril.
Depois de ser afetado pela pandemia, em 2020, o petróleo sofreu novo revés com a guerra da Ucrânia, agravado pela baixa demanda do Primeiro Mundo, às voltas com apertos monetários para combater uma inflação resiliente, sem contar o problema de baixo crescimento por parte da China, grande importador do também chamado ‘ouro negro’.
Responsável pela produção de metade do petróleo mundial, a Opep+ chegou a enfrentar resistências de países africanos, membros do bloco, cuja redução da produção poderia afetar seus respectivos orçamentos. No entanto, prevaleceu a decisão unilateral de corte de produção, por parte da Arábia Saudita.
Em pese os esforços da Opep+ para recuperar o nível histórico do petróleo, analistas do banco ianque Morgan Stanley baixaram sua previsão em relação ao Brent, cujo preço do barril deve cair, de US$ 87,50 para US$ 75, no final deste ano. Mesmo com o corte, anunciado no último final de semana, o valor do barril não deve superar a faixa de US$ 80.
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