Política
Cozinhas Solidárias: Boulos apresenta projeto para auxiliar a retirada do país do Mapa da Fome
Projeto recém-apresentado por Guilherme Boulos pode contribuir com o projeto de combate à fome.
Na última quinta-feira (9), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) apresentou um projeto que considera as cozinhas solidárias no programa de combate à fome. A iniciativa é vista com bons olhos pelo governo federal para auxiliar a retirada do Brasil do Mapa da Fome.
As Cozinhas Solidárias visam ao oferecimento de almoços gratuitos para as pessoas que estão passando fome. O projeto solicita também que o poder público forneça, caso necessário, estruturas físicas para as cozinhas executarem todos os processos.
A nova iniciativa do governo espera que as cozinhas sejam cadastradas a partir de um edital público em todo o país pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Dessa forma, poderão receber incentivos públicos para a compra dos ingredientes e pagamento dos trabalhadores envolvidos. Os parâmetros do Programa de Aquisição de Alimentos do governo federal guiarão as compras realizadas pelas cozinhas. A contribuição orçamentária ainda não está definida. Segundo a justificativa do projeto:
“As Cozinhas Solidárias fazem parte de um conjunto de medidas de combate à insegurança alimentar e nutricional, sendo estas de cunho mais emergenciais, que trarão acesso à refeição adequada e saudável de forma imediata.“
Nesta terça-feira (7), Wellington Dias (PT), ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, debateu com estados e municípios sobre o programa para criar meios para o combate à fome.
O ministro visitou uma Cozinha Solidária que já funciona na Ceilândia, maior cidade do DF, junto de Guilherme Boulos, nesta quinta-feira (9). As cozinhas que já estão em andamento, como as oferecidas pelo Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST), por igrejas e outras associações, também poderão participar do projeto do governo federal.
Para o economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, projetos como este possibilitam o auxílio para muitos cidadãos, mas é preciso também pensar em soluções a longo prazo. Segundo ele:
“A insegurança alimentar é algo que piorou para além da macroeconomia e da extrema pobreza. É um certo paradoxo, já que o Brasil é um dos maiores produtores de alimento do mundo, mas temos muitas pessoas em insegurança alimentar.”
A indicação de Boulos para o cargo na Secretaria de Periferias, do Ministério das Cidades, é Guilherme Simões, que será o responsável pela administração, gestão e fiscalização das Cozinhas Solidárias. Segundo Boulos:
“Política pública séria tem de ser para todos. Por isso, decidimos que o projeto será realizado por meio de editais públicos, com critérios que permitam a participação do maior número possível de organizações e entidades de maneira transparente e com fiscalização permanente.“
O programa de iniciativa do MTST já conta com 31 Cozinhas Solidárias em 14 estados do Brasil. Foi criado em 2021 por conta da pandemia da covid-19 e da volta do Brasil ao Mapa da Fome, em 2019.
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