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CPI da Braskem: Diretor fala e técnico silencia; veja

Companhia é uma petroquímica.

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Marcelo de Oliveira Cerqueira, vice-presidente executivo da Braskem (BRKM5), afirmou desconhecer qualquer engano da empresa em relação aos órgãos de fiscalização durante a extração de sal-gema em Maceió (AL). Durante seu depoimento na Comissão Parlamentar Mista (CPI) do Senado, que investiga as atividades da empresa na capital alagoana, Cerqueira negou as acusações de fornecimento de informações falsas.

Segundo o relator da CPI, senador Rogério Carvalho (PT-SE), a Agência Nacional de Mineração (ANM) alegou que recebeu informações falsas ou enganosas da Braskem, o que comprometeu a fiscalização. Cerqueira, no entanto, refutou essa informação, enfatizando que a empresa sempre atuou com transparência e respeito às autoridades.

Cerqueira admitiu a responsabilidade civil e ambiental da Braskem pelos danos causados na vida das pessoas e na cidade de Maceió. Cerca de 15 mil famílias tiveram que abandonar suas casas devido às atividades da empresa, afetando aproximadamente 40 mil pessoas, segundo a Braskem, enquanto o Ministério Público de Alagoas estima 60 mil afetados.

Uma das acusações contra a Braskem é que a empresa teria extraído mais sal-gema do que o recomendado, o que teria contribuído para o afundamento do solo. Cerqueira negou essa alegação, afirmando que o limite de extração foi respeitado. O relator da CPI, contudo, contestou essa informação, sugerindo que a responsabilidade da Braskem foi gerada pela extração excessiva de sal-gema.

CPI da Braskem

Outra acusação é que a Braskem teria desligado os pressurizadores das minas para economizar energia, o que poderia ter fragilizado as estruturas. Cerqueira confirmou que houve desligamentos de bombas em 2001 devido ao racionamento de energia no Brasil.

O relator da CPI questionou Cerqueira sobre cortes de investimentos nas minas de Maceió, mencionando que apenas R$ 1 milhão dos R$ 53 milhões previstos entre 2015 e 2017 foram investidos. Cerqueira rebateu essa informação, afirmando que os investimentos foram realizados conforme planejado e que a empresa pode fornecer detalhes à Comissão.

Paulo Roberto Cabral de Melo, ex-engenheiro da Braskem responsável pelas minas de sal-gema, compareceu à CPI, mas, protegido por um habeas corpus, não respondeu às perguntas dos senadores. Ele justificou seu silêncio devido às investigações em curso e ao aconselhamento de sua advogada.

Próximos Passos

Instalada em 12 de dezembro de 2023, a CPI da Braskem apresentará seu relatório final nesta quarta-feira (15), às 9h. A aprovação do texto final pela maioria do colegiado é esperada, com o prazo para conclusão dos trabalhos até 22 de maio.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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