Finanças
Crédito com garantia de imóvel é tendência em 2020, mas será que vale a pena investir?
Opção pode parecer atrativa para os clientes, mas não serve para todos os tipos de perfis.
A modalidade de crédito com garantia de imóvel (CGI) cresce como tendência no mercado imobiliário. Os números apontam que em setembro 2020 o volume de dinheiro concedido nessas linhas de crédito cresceu 7,9% a mais que no mesmo período do ano passado. Entre o início do ano até agora, as novas autorizações tiveram alta de 10%, se comparado ao mesmo período em 2019.
O CGI tem os juros mais baixos do mercado, menores até que o consignado. Além de ter grande prazo e valores bem mais altos que a concorrência, a modalidade de crédito com garantia de imóvel permite que o tomador use os recursos que ele quiser, mas com o dinheiro dos próprios bancos.
Como funciona?
O empréstimo tem como garantia um imóvel, então, o credor pode tomar caso haja inadimplência do cliente. A garantia fica por conta da alienação fiduciária (quando o imóvel fica no nome do banco até que o cliente quite a dívida) e a quantia máxima de empréstimo depende do valor da propriedade que foi usada como garantia.
O CGI é recomendado para valores mais altos de imóveis, por se tratar de um processo mais burocrático e caro, envolve mais tempo para ser concluído que os demais. Fabio Zveibil, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Creditas, empresa especializada em empréstimos com garantia, em entrevista para Valor Investe, afirma que esse tipo de empréstimo não funciona para determinadas pessoas. “A pessoa está alavancando suas operações, mas com custo baixo. É perigoso quando um crédito desse, que coloca em xeque sua casa, é usado para consumo. Como bancar uma festa de 15 anos da sua filha, por exemplo. As pessoas precisam entender para que serve cada linha de crédito”, finalizou.
Existem também outros mercados que apostam na mesma perspectiva, como o Banco Itaú, que lançou uma nova linha de crédito com taxas a partir de 0,56% ao mês. O Banco Inter também está com taxas atrativas, de 0,59% mensais, e o Santander com 1% de taxas ao mês.
Juliano Bello, cofundador da Cashme, empresa especializada em home equity, disse em entrevista para o Valor Investe que um consumidor esclarecido, tomará as melhores decisões frente aos investimentos. “Um consumidor bom, com nível de endividamento baixo. Normalmente toma o empréstimo para investir no negócio, reformar a casa ou fazer uma viagem. A preocupação dele é tomar a menor dívida possível” concluiu.
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