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Cresce ouro em árvores: estudo revela fenômeno raro na natureza

Estudo revela que árvores absorvem ouro do solo e o levam até os galhos. Entenda como a natureza virou aliada da mineração.

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O que parece ficção científica foi confirmado por um estudo australiano: algumas árvores são capazes de absorver ouro do solo. A revelação veio de uma pesquisa conduzida pela Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth (CSIRO), publicada na revista Nature Communications em 2013.

A descoberta aconteceu na região de Kalgoorlie, onde cientistas identificaram partículas microscópicas de ouro nas folhas de eucaliptos. Com raízes que alcançam mais de 30 metros de profundidade, essas árvores funcionam como verdadeiras bombas hidráulicas, puxando água — e, junto dela, traços do metal precioso.

Como o ouro chega até as folhas das árvores?

Eucaliptos na Austrália surpreendem ao acumular micropartículas de ouro nas folhas. (Foto: Sydney Oats/Wikimedia Commons)

Ao penetrar o solo em busca de nutrientes, as raízes absorvem partículas metálicas presentes no subsolo. Uma vez no interior da planta, o ouro é transportado para as folhas e galhos. Lá, passa por transformações químicas que reduzem sua toxicidade antes de ser liberado novamente no ambiente.

Segundo os pesquisadores, esse processo é resultado de uma adaptação evolutiva em regiões ricas em minerais. A anatomia do eucalipto, nesse sentido, favorece a filtragem e o acúmulo dessas micropartículas metálicas — sem comprometer a saúde da árvore.

Na prática, esse comportamento pode ser usado como ferramenta para a mineração moderna. Em vez de explorar grandes áreas com máquinas pesadas, seria possível usar a vegetação local como um tipo de mapa natural para localizar jazidas escondidas.

A tecnologia por trás da descoberta

Para confirmar a presença do ouro, os cientistas contaram com tecnologia de ponta. Utilizando raios-X no Síncrotron Australiano, em Melbourne, foi possível mapear a concentração e distribuição das micropartículas com grande precisão. Algumas tinham o tamanho de apenas um quinto do diâmetro de um fio de cabelo.

Esse tipo de análise permitiu visualizar como o metal se move pelas estruturas da árvore, oferecendo dados inéditos sobre o comportamento do solo e suas riquezas. Dessa forma, as árvores se tornam não apenas marcadores naturais de depósitos minerais, mas também aliadas em processos menos invasivos de exploração.

Além disso, o estudo reforça o potencial de outras espécies vegetais em ambientes extremos, abrindo caminho para pesquisas semelhantes em diferentes regiões do mundo.

Por que o ouro continua tão valioso?

Barras e moedas são os formatos mais comuns de ouro no mercado financeiro. (Foto: Billion Photos/Canva Pro)

Mesmo em tempos de criptomoedas e ativos digitais, o ouro ainda ocupa um lugar de destaque na economia global. Seu valor vem da escassez, durabilidade e versatilidade: serve como reserva de valor, ativo de segurança e matéria-prima para setores como joalheria e tecnologia.

O fascínio pelo ouro atravessa séculos. É símbolo de riqueza e estabilidade em diferentes culturas — o que explica por que sua extração, mesmo em quantidades microscópicas, continua sendo objeto de pesquisas.

Nesse cenário, o fato de o metal estar presente em folhas de eucalipto transforma a relação entre natureza e mineração. E mostra que, muitas vezes, as respostas para os grandes mistérios da Terra estão nas próprias árvores que a habitam.

Estudante de jornalismo, no segundo semestre. Trabalhei como redator na Velvet durante três anos.

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