Commodities
Demanda da China sustenta mercado global de petróleo
Maior importador de petróleo do mundo é o único grande comprador que deverá fechar o ano com um aumento na demanda pela commodity.
A China expandiu suas compras de petróleo de exportadores como Rússia, Estados Unidos e Angola nas últimas semanas, em um momento que tem sido vista como a salvação dos mercados globais da commodity, enquanto outros importadores limitam os pedidos conforme que os novos casos de coronavírus saltam e mais “lockdowns” são impostos.
O maior importador de petróleo do mundo é o único grande comprador que deverá fechar o ano com um aumento na demanda pela commodity, em meio a um grande impacto global no consumo desencadeado pela pandemia.
Com as compras chinesas estimadas em 12 milhões de barris por dia (bpd) em 2021, os exportadores alinham remessas para manter a participação de mercado, uma vez que o consumo mundial de petróleo deve recuar aproximadamente 9% neste ano.
No início desta semana, a Shell, a Litasco (braço de trading russa Lukoil) e a Unipec, unidade de trading da chinesa Sinopec, fizeram reservas provisórias ou buscaram a contratação de superpetroleiros para mandar petróleo dos EUA, a partir da Costa do Golfo, para a Ásia em dezembro, de acordo com informações de agências marítimas e do Refinitiv Eikon.
EUA e Europa, grandes consumidores de combustíveis, têm registrado um aumento específico de casos do vírus.
“Provavelmente, ‘lockdowns’ vão vigorar na Europa por boa parte deste inverno (no Hemisfério Norte). A China aumentou suas cotas e capacidade de armazenamento. Parece que a demanda vai se concentrar por lá no futuro próximo”, opinou um operador de uma refinaria na Europa.
O prêmio para exportação em janeiro do petróleo russo ESPO Blend, um dos mais famosos entre as refinarias independentes da China, está em máximas de cinco meses.
Outro que vem mostrando recuperação é o petróleo dos EUA, com o WTI em East Houston disparando para o maior patamar em cerca de dois meses nesta semana. O WTI sofreu pressão de por uma perda de 12% na demanda doméstica por combustíveis e por recordes diários de casos de coronavírus.
“A demanda chinesa é mais visível agora. As empresas de trading estão muito ativas, já que esperam mais pedidos das refinarias independentes da China, que vão comprar petróleo sob as novas cotas de importação”, disse um operador do mercado do leste da Rússia.
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