Commodities
Demanda fraca do mercado ‘detona’ cotações futuras do petróleo
Enquanto o Brent (referência global) caiu 2,53%, o WTI (referência ianque) recuou 2,63%
Mais do que a escalada do conflito geopolítico no Oriente Médio, o enfraquecimento da demanda global acabou derrubando as cotações futuras do petróleo, na sessão desta quarta-feira (8).
A prevalência desse fator adverso de mercado fez com que o tipo Brent (referência global), fechasse o dia, pela primeira vez desde 1º de julho deste ano, abaixo do patamar de US$ 80, com o contrato para janeiro próximo, na Intercontinental Exchange (ICE) sendo negociado a US$ 79,54 o barril, em queda de 2,53%. Já o tipo WTI (referência ianque), negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), encerrou a sessão em baixa de 2,63%, a US$ 75,33 o barril.
Três motivos foram levantados pelo analista Louis Navellier, da gestora Navellier, para o declínio do insumo energético. Segundo ele, o primeiro seria a fraqueza da economia chinesa, alimentando a preocupação dos investidores em relação à demanda; segundo, os estoques de petróleo dos EUA, que cresceram, além das expectativas, conforme estimativas fornecidas pela API, na véspera (7). E, por fim, o clima europeu, ‘anormalmente quente’, o que eleva o temor de uma eventual falta de energia no ‘velho continente’.
Na avaliação dos analistas de commodities do banco holandês ING, Warren Patterson e Ewa Manthey, “o mercado está claramente menos preocupado com o potencial de interrupções no fornecimento do Oriente Médio e, em vez disso, está concentrado em uma diminuição do equilíbrio”.
Ao mesmo tempo, de acordo com a corretora de investimentos britânica City Index, analistas têm formado consenso de que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas vem assumindo uma proporção, mais de conflito regional, o que deverá impor impacto mais restrito à economia global (do que previa), em que pese o grande número de perdas humanas.
Outra conclusão veiculada pelo City Index seria no sentido de que os efeitos dos cortes de produção da commodity, aplicados pela Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) estariam sendo neutralizados pela tensão face à fragilidade da demanda.
Ainda na avaliação do City Index, “a maré de oferta e demanda alterou-se claramente no mercado petrolífero, em que os preços do petróleo deverão permanecer sob pressão”. Tal quadro poderia ser alterado, segunda a corretora, “caso haja sinais iminentes de que a oferta será reduzida ou de aceleração do crescimento da economia global”.

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