Depois de dividendos, Petrobras anuncia bilhões em investimentos; confira

Recentemente, causou alvoroço a notícia de que a Petrobras pagaria bilhões em dividendos aos seus acionistas. Dessa forma, críticos apontaram que a política comprometeria a capacidade da companhia de fazer novos investimentos. A situação chegou até mesmo a ser alvo do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU). Por fim, a decisão permaneceu. E nesta quarta (30), a petrolífera dá uma grande resposta ao anunciar um novo plano de negócios com investimentos bilionários nos próximos 5 anos.

Os detalhes serão divulgados hoje após o fechamento da Bolsa, mas algumas informações já são de conhecimento público. Por exemplo, de que o projeto contempla o período de 2023 a 2027. Ao O Globo, fontes disseram que os aportes devem ficar entre US$ 70 e US$ 80 bilhões. Ou seja, cerca de R$ 350 a R$ 400 bilhões. O número é mais do que os US$ 68 bilhões (aproximadamente R$ 340 bilhões) anteriormente anunciados entre 2022 e 2026. Ainda assim, é provável que as cifras engordem mais um pouco após a troca de parte da cúpula da Petrobras pelo presidente Lula.

Assim, os números não tentam necessariamente antecipar um orçamento definitivo para a nova gestão. O plano é influenciado sobretudo pela alta dos preços do petróleo no mercado internacional, refletindo o bom momento da Petrobras. Vale lembrar que as finanças da estatal apresentaram, em 2022, alguns dos melhores índices dos últimos anos. Consequentemente, restará aos integrantes do Conselho de Administração aprovarem a iniciativa, com a convicção de que o documento deverá passar por revisão em janeiro de 2023.

A estratégia, porém, dá continuidade à intenção de abrir o mercado, buscar eficiência e ter mais seletividade nos investimentos. Tratam-se dos pilares adotados durante o governo de Michel Temer (MDB) e mantidos sob a gestão Bolsonaro (PL). Para os anos seguintes, todavia, espera-se que o foco se concentre em fontes renováveis de energia e na capacidade de refino de petróleo para elevar a oferta nacional de combustíveis. São algumas das ideias em discussão pelo grupo temático de Minas e Energia da equipe de transição do governo eleito.

Os representantes de Lula que já se encontraram com a diretoria da Petrobras, inclusive, chegaram a fazer alguns pedidos. Entre eles, que a venda de ativos e outras decisões importantes fossem suspensas até que o presidente eleito assumisse. A administração da Petrobras até se comprometeu a não fazer novos anúncios. Mas disse que os negócios que já estavam sob alinhavamento, alguns em vias de conclusão, teriam o martelo batido conforme cronograma inicial, até o final de 2022.