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Deral diz que semeadura de soja do PR enfrenta seu maior atraso em pelo menos 5 anos

Atraso no plantio deve adiar o início das operações das colheitadeiras.

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O plantio de soja no Paraná até segunda-feira havia atingido apenas 8% da área projetada com a oleaginosa no Estado, avanço semanal de somente 5% por causa da falta de chuvas, o que já configura o maior atraso da semeadura no Estado desde pelo menos 2015, apontou nesta terça-feira o Deral.

No mesmo período de 2019, produtores tinham semeado 22% da área prevista, ao passo que em 2018, ano que registrou trabalhos historicamente avançados, o plantio já estava em 38%, também de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral).

No momento, a preocupação com a soja está ligada à época de colheita, já que o atraso no plantio deve adiar o início das operações das colheitadeiras, justamente em meio à escassez do produto e preços recordes da oleaginosa no mercado brasileiro.

Operadores da bolsa de Chicago apontaram a seca na América do Sul como fator de alta para os preços da soja, que atingiram máxima desde maio de 2018 naquele mercado.

“Alguns produtores plantaram no pó, arriscaram, mas é muito pouco. De maneira geral, conversando com técnicos na região oeste, o produtor da região de Toledo está cauteloso, e está esperando chuva para plantar”, explicou o economista Marcelo Garrido, do Deral.

Garrido destacou que espera-se que a chuva retorne no dia 8, embora os volumes não devam ser grandes nesse primeiro momento, aumentando na próxima semana.

“Então acho que vai ficar nesse compasso de espera até ter previsão mais consistente de chuvas”, disse ele.

Aa última projeção do Deral previu que a safra de soja do Paraná ficará em 20,4 milhões de toneladas, 1% a menos do que a temporada em 2019/20, devido a uma possível queda na produtividade.

O atraso preocupa mais por causa da janela ideal para o plantio do milho, semeado após a colheita da oleaginosa, uma vez que “outubro ainda é o melhor mês para plantar soja e historicamente a produtividade é maior”, dado que lavouras costumam se beneficiar da posterior regularização das chuvas, explicou Garrido.

“Mas é claro que, quanto mais o tempo passa e a chuva não chega, a preocupação fica maior”, acrescentou.

Meste momento o sinal é “amarelo” para o produtor de milho (segunda safra), disse o especialista em milho do Deral, Edmar Gervásio. “Não cruzamos o vermelho”, afirmou.

O plantio do cereal vai até março no Paraná. Mas algumas regiões, pelo zoneamento, podem plantar até fevereiro, como é o caso do oeste do Estado, disse Gervásio. Na principal produtora do país, o norte, a semeadura de milho se estende até março.

O Paraná é o segundo produtor nacional de soja e o segundo de milho, perdendo apenas para o Mato Grosso.

Quanto mais o plantio de milho se atrasa, maiores a chances de a lavoura eventualmente ser atingida por geadas ou períodos secos, com a proximidade do inverno.

Produtores que possuem seguro rural ou usam financiamentos geralmente são obrigados a obedecer o zoneamento climático de plantio.

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