‘Dia das Crianças’ deve faturar R$ 8,44 bilhões este ano

Com uma alta estimada em 1,2%, no comparativo anual, as vendas do comércio varejista para o Dia das Crianças devem totalizar este ano R$ 8,44 bilhões, previu, nesta terça-feira (3), a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Caso se confirme a projeção da entidade, o resultado financeiro de 2023 deverá, finalmente, superar o nível pré-pandemia, quando as vendas chegaram a R$ 8,42 bilhões, além de ficar acima do verificado no ano passado, que não passou de R$ 8,34 bilhões, sob o peso duplo de fatores, como a pressão inflacionária e os juros elevados. Depois do Natal e do Dia das Mães, o Dia das Crianças é a terceira data mais relevante para o comércio, em volume de vendas.

Para a CNC, na edição deste ano, o nível geral de preços estaria “significativamente” abaixo do verificado no ano passado, uma vez que, nos últimos 12 meses, contados até agosto último, a variação acumulada é de 4,61%, muito aquém dos 8,73% registrados, em igual período, até agosto de 2022, conforme atesta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o relatório da CNC, “do ponto de vista das condições do mercado de crédito, entretanto, o início recente do processo de flexibilizações da política monetária ainda não deverá permitir que a tomada de crédito se configure como um estímulo ao aumento das vendas, na medida em que a taxa média de juros das operações livres destinadas às pessoas físicas (57,71% ao ano) ainda se encontra acima do patamar registrado um ano atrás (54,02% ao ano), de acordo com levantamento mensal do Banco Central”.

O estudo da CNC aponta, ainda, que o preço médio da cesta composta por 11 grupos de bens e serviços relativos ao Dia das Crianças, neste ano, apresentou elevação de 7%, acima, portanto do avanço de 9,9%, exibido no ano passado.

A previsão da entidade é de que os maiores aumentos de preços devem corresponder a itens, como: sapatos infantis (+12,4%), livros (+10,3%) e tênis (+9,0%). Na direção oposta, videogames (-8,5%) e bicicletas (-0,1%) vão ficar mais baratos do que um ano atrás.

Responsável por 33% do volume de vendas totais, previstas para este ano, o setor de vestuário e calçados deve contabilizar um montante financeiro de R$ 2,83 bilhões, seguido por eletroeletrônicos e brinquedos (R$ 2,13 bilhões) e perfumaria e cosméticos (R$ 1,65 bilhão).

No ranking regional, somente quatro estados devem concentrar quase 60% das vendas totais movimentadas em 2023: São Paulo (R$ 2,738 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 840 milhões), Minas Gerais (R$ 838 milhões), e Rio de Janeiro (R$ 675 milhões). Entre todos os estados, o Ceará é o que deve registrar maior crescimento (7,7%), no comparativo anual.