Diamantes: a chave para entender a separação do primeiro supercontinente

O que aconteceu com o primeiro supercontinente da Terra, a Colúmbia, que existiu há cerca de 1,8 milhão de anos? Essa é uma questão que intriga os geólogos há muito tempo, pois não existem muitas evidências sobre como e por que essa massa de terra se fragmentou.

Agora, um novo estudo, publicado na revista científica Nature na última terça-feira (19), sugere que a resposta pode estar em algo que poucos imaginavam: nas pedras preciosas. Mas, afinal, como diamantes coloridos podem ter causado a ruptura de um continente todo?

Os diamantes coloridos como evidência da separação da Colúmbia

Na verdade, não foram os diamantes coloridos que separaram o primeiro supercontinente da Terra, sendo que eles devem ser apenas consequência de tal rachadura. Isso porque a maior mina dessas pedras preciosas, raras e de várias cores, fica em Argyle, na Austrália, de acordo com o estudo publicado na Nature.

Ainda é revelado que o depósito das pedras coloridas fica em uma região conhecida de Halls Creek Orogen, local em que dois continentes colidiram e se conectaram, há cerca de 1.8 milhão de anos. Quando o continente se separou, no entanto, pode ter deixado para trás um enorme tesouro na forma dos diamantes rosa.

O motivo para essa hipótese é que, para a formação de diamantes, especialmente aqueles coloridos, como vermelhos, castanhos e, é claro, rosa, é preciso que o local passe por muita pressão, como deve ter acontecido na separação do supercontinente.

“A formação de diamantes durante a ruptura supercontinental em zonas de fenda nas bordas de antigos blocos continentais pode ser predominante, mas pouco reconhecida“, pode-se ler em uma parte do estudo.

Por outro lado, quando há uma pressão, mas não tão intensa assim, são formados a maioria dos diamantes, ou seja, aqueles sem cor. A mina mencionada ficou em funcionamento até 2020, tendo produzido nada menos do que acima de 90% dos diamantes rosa encontrados até hoje. Incrível, não é?