Moedas
Dólar avança em reação ao real com foco na formação da Ptax e entrega do PLOA de 2021
Às 10:22h, a divisa norte-americana subia 0,70%, a 5,4536 reais na venda.
O dólar começou a segunda-feira em alta em reação ao real, enquanto investidores observam a formação da Ptax de fim de mês e a saúde fiscal do Brasil no último dia para entrega ao Congresso do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021.
Em dia que deve ser de volatilidade, o dólar subia 0,70% às 10:22h, a 5,4536 reais na venda. Já na B3, o dólar futuro saltava 1,04%, a 5,447 reais.
Na sexta-feira, a moeda sofreu forte perda caindo a 2,93%, a 5,4156 reais na venda, sua maior desvalorização diária desde 2 de junho. Mas os analistas já esperavam ajustes para hoje, enquanto a formação da Ptax no último pregão de agosto deve elevar a volatilidade da sessão.
Sobre o cenário nacional, a equipe econômica da Guide Investimentos apontou: “No Brasil, a avaliação do risco fiscal segue como principal ponto de foco, com atenções voltadas à entrega do Orçamento de 2021 no Congresso hoje e a prorrogação do auxílio emergencial amanhã”.
Hoje encerra-se o prazo oficial para que o governo apresente o PLOA de 2021 para detalhar a previsão de receitas e despesas da União para o ano que vem. Com mais esse setor, crescem as dúvidas sobre a saúde das contas públicas, o que aumenta a ansiedade dos mercados sobre qual estratégia orçamentária será adotada.
“(O ministro da Economia) Paulo Guedes tem defendido que (…) a necessidade de cortar gastos é maior do que nunca. Ao mesmo tempo, outras alas do governo, e até o próprio presidente, querem dar continuidade ao ciclo de expansão de gastos para ajudar a economia a deslanchar após ser paralisada pela pandemia”, seguiu analisando a Guide.
Sustentado por temores de um possível furo do teto de gastos que aumentou as incertezas políticas, somados a um desempenho econômico fraco, o dólar bateu máximas em mais de três meses contra o real.
Em nota, o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Moura Nehme, falo sobre o risco fiscal. “O risco fiscal é algo que ‘pesa’ sobre a imagem do país e causa efeito colateral na economia e nos ativos principais do mercado financeiro, quais sejam juro, Bovespa e dólar”.
“O risco fiscal num dado momento e o estresse dos desencontros governamentais no entorno da manutenção dos programas assistenciais provocaram alguma exacerbação não sustentável no preço (do dólar), tendo em vista que o país, em realidade, tem situação de conforto na questão cambial face à dimensão das reservas cambiais”, continuou.
O ganho acumulado do dólar contra o real em 2020 é de quase 36%.
Também neste pregão o Banco Central fará um leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021.
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