Dólar ultrapassa R$5,60 após Bolsonaro rejeitar proposta para Renda Brasil; juros futuros dispararam

O dólar intensificou a alta a mais de 1% e voltou ficar acima de 5,60 reais nesta quarta-feira depois que Jair Bolsonaro rejeitar a proposta apresentada pelo Ministério da Economia para criação do programa Renda Brasil. Com o aumento das incertezas no mercado sobre a programação do governo para as contas públicas e sobre o futuro de Paulo Guedes no cargo, os juros futuros dispararam.

Às 12h32, o dólar à vista saltava 1,19%, chegando a 5,5931 reais e revertendo a queda da véspera. A cotação da máxima foi a 5,6041 reais, aumento de 1,39%.

Na B3, o dólar futuro subia 1,51%, a 5,5940 reais, tendo chegado a 5,6035 reais.

No mercado de juros, o DI janeiro 2023 foi à 4,21% na máxima do dia, na comparação com 3,93% do ajuste anterior. Já o DI janeiro 2025 subiu a 6,08% no pico, ante 5,75% do ajuste de terça-feira.

O Ibovespa atingiu as mínimas da sessão ao recuar 1,87%. Por volta de 12h37, a desvalorização era de 1,36%.

Na proposta apresentada pelo ministro Paulo Guedes e sua equipe, o Renda Brasil previa um benefício maior que o valor atual do Bolsa Família, valor que seria pago com corte de outros programas sociais, como o abono salarial, o seguro-defeso e o Farmácia Popular.

Nas últimas semanas importantes auxiliares do ministro da Economia deixaram seus cargos, aumentando os ruídos entre Guedes e a ala desenvolvimentista do governo e alimentando especulações sobre eventual substituição de Paulo Guedes. Um dos nomes mais apontados para a posição é o do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Enquanto o mercado entende que as divergências dificultam o cumprimento de uma agenda fiscal no sentido de austeridade ele piora o sinal.