Eca, mas bingo! a razão do vômito de baleia custar uma fortuna

O ambergris, frequentemente referido como “vômito de baleia”, é um fascinante derivado dos majestosos mamíferos marinhos. Este produto é conhecido e utilizado pela humanidade ao longo de séculos para uma variedade de fins curiosos.

Recentemente, uma grande peça acinzentada desse composto foi encontrada em uma praia na ilha de La Palma, território espanhol, avaliada em cerca de US$ 500 mil, um valor impressionante para algo que aparenta ser tão simples.

Entretanto, as razões para essa valorização são complexas e exigem uma breve viagem no tempo para serem compreendidas.

Motivos para essa valorização extraordinária

Como mencionado anteriormente, o ambergris é conhecido há séculos, mas sua origem estava envolta em mistério. Somente no século XIX, durante o auge da caça às baleias, a conexão entre esse composto e os cetáceos (o nome científico para esses animais) foi estabelecida.

O ambergris é o resultado de processos digestivos naturais ocorridos no estômago de uma espécie de baleia conhecida como cachalote. No estômago desse animal, partículas de alimentos que podem irritar a mucosa são envolvidas para facilitar a digestão.

Embora a maior parte dos elementos indigeríveis seja naturalmente eliminada nas fezes, alguns deles se acumulam nos intestinos e formam a substância que mais tarde se torna o ambergris.

A valorização desse composto estomacal ocorre principalmente devido à dificuldade em obtê-lo e às suas propriedades.

A indústria de perfumes utiliza o ambergris devido ao seu aroma singular e à alta capacidade de fixação de fragrâncias, o que faz com que cada grama valha milhares de dólares.

Além disso, o ambergris contém uma quantidade significativa de ambreína, um composto sem odor, porém essencial para prolongar a duração dos aromas nos perfumes.

A qualidade do ambergris é avaliada com base na quantidade de ambreína presente em sua estrutura. No entanto, à medida que o mercado da perfumaria busca alternativas sintéticas, seu uso está diminuindo, especialmente nos EUA, onde o composto é proibido pela legislação atual.

Infelizmente, essa alta demanda no passado levou à caça brutal e predatória de cachalotes, ameaçando a espécie com a extinção. Portanto, é crucial encontrar novas alternativas para preservar esses majestosos mamíferos marinhos e garantir a sustentabilidade a longo prazo.