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Economia

Economia mundial fraca e ICMS único pautam sexta do Ibovespa

Bolsa brasileira confere efeitos de crise global e intervenção federal nos combustíveis

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Crédito: Firjan

Setembro se foi, mas o viés negativo dos mercados mundiais continua em outubro, a exemplo do recuo, nessa sexta (1º) dos índices futuros americanos, quando na véspera (30) todos os índices ianques desabavam a níveis acima de 4%. Só no tecnológico Nasdaq, a queda chegou a 5,3%.

Essa queda livre de indicadores da maior economia do planeta reflete um conjunto de fatores, como a desaceleração econômica mundial; redução de estímulos monetários pelos bancos centrais; sérios gargalos nas cadeias globais de abastecimento, mas também com as sucessivas intervenções regulatórias do governo de Pequim na economia daquele país.

Consumo pessoal – Na agenda estadunidense, destaque para a divulgação do Núcleo de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE) de agosto, que deve avançar apenas 0,2% ante julho, segundo projeção Refinitiv.

Stoxx avança – Enquanto que, na Zona do Euro, o índice de preço ao consumidor (IPC) de setembro subiu 3,4%, ante o mês anterior – maior patamar desde 2008, quando outra bolha imobiliária, a dos EUA, levou o mundo para o fosso recessivo – o índice Stoxx 600 europeu desce 0,6%, puxado pelo desempenho negativo dos bancos (-1,9%), em contraponto aos serviços, que avançaram 0,7%.

Balança comercial – No front doméstico, o investidor observa os resultados apresentados pelo Índice do Gerente de Compras (PMI) industrial Markit de setembro, assim como acompanha a palestra do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que precede a divulgação da balança comercial de setembro, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.

Embate 2022 – Enquanto 2022 não chega, o picadeiro político dá lugar à discussão de “como resolver a alta dos combustíveis”. Especialista da hora, o mandatário usou, na véspera (30) o ‘palanque virtual’ das redes sociais, para defender enfaticamente a unificação do ICMS numa única alíquota, dando a entender que o tributo (e não os aumentos em série aplicados pela Petrobras, que reajusta ‘religiosamente’ sua commodity à cotação internacional) seria o ‘vilão’ da carestia nos combustíveis, ou seja, os estados, seus potenciais adversários políticos no embate do ano que vem.

Colchão eleitoral – Mas o presidente foi além, ao propor a criação de um fundo “que amorteça a flutuação dos combustíveis”, mas não ficou claro de que fonte seria feito esse ‘colchão de liquidez eleitoral’. Mirando na petroleira brasileira, Bolsonaro foi mais fundo. “Criar um fundo regulador. Ver o lucro da Petrobras (PETR4), aquilo que vem para o governo federal, para nós, ninguém vai meter a mão em nada. Será, eu não estou afirmando, que é um lucro bilionário, não podemos converter e ir para esse fundo regulador?

Fundo regulador – Mas ao contrário da lógica econômica, de que toda empresa busca maximizar seu lucro, como é o caso da Petrobras, a ideia palaciana está sendo encampada pelo Parlamento, pois o presidente da Câmara, Arthur Lira, admitiu a possibilidade de usar recursos decorrentes da taxação dos dividendos (proposta em 15%, no âmbito da reforma da Previdência, em curso) ou mesmo aqueles provenientes do gás do pré-sal, para a formação de um fundo regulador de preços. Na prática, a ‘proposta’ reedita a intervenção estatal sobre os preços da economia, notória no regime militar, mas também pelos governos civis que o sucederam.

Olha a tabela! – Mas pior mesmo foi a ameaça presidencial de recriar o ‘famigerado’ tabelamento de preços, que sempre descambou em descontrole inflacionário ou hiperinflação. No paralelo, a Petrobras anunciou a destinação de R$ 300 milhões, a fim de subsidiar o gás de cozinha (GLP) – o que equivalente a um vale-gás – para famílias de baixa renda, mesmo segmento atendido pelo Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil, programa social caro ao pleito do Executivo no ano que vem. No momento, a proposta de criação do vale-gás está em estudo pelo Ministério da Cidadania, mas não há previsão, ainda, para o custo de sua implantação.

Principais indicadores

Estados Unidos

*Dow Jones Futuro (EUA), -0,46%
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,4%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,35%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), -0,94%
*Dax (Alemanha), -0,75%
*CAC 40 (França), -0,8%
*FTSE MIB (Itália), -0,88%

Ásia

*Nikkei (Japão), -2,31% (fechado)
*Shanghai SE (China), (não abriu)
*Hang Seng Index (Hong Kong), (não abriu)
*Kospi (Coreia do Sul), -1,62% (fechado)

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, -0,68%, a US$ 74,5 o barril
*Petróleo Brent, -0,5%, a US$ 77,92 o barril
*Bitcoin, +3,9% a US$ 44.907,83
*Sobre o minério: **A bolsa de Dalian permanece fechada por conta de um feriado
USD/CNY = 6,45

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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