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Educação

Efeito 'princesa Disney' afeta autoestima?

Escolha por traços e corpos idealizados para as princesas da Disney pode influenciar diretamente na autoimagem e na confiança das crianças.

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A Disney já produziu conteúdos e histórias que fazem parte da vida e da formação de muitas gerações. Os personagens e suas características foram inseridos no cotidiano de muitas pessoas, desde a infância. É inevitável não imaginar o nível de influência que isso teve e continua tendo.

Para muitas crianças, as produções da Disney são quase uma etapa de crescimento. É como se os ensinamentos e as lições de valores, como amizade, amor, coragem, bondade, persistência e empatia, tivessem sido repassados pelas histórias e vivências das princesas, príncipes e seus companheiros de aventura.

As inserções na vida das pessoas, no entanto, não param por aí. Você já parou para pensar, por exemplo, sobre o que as princesas da Disney estão ensinando para as crianças, em relação à autoestima e à autoconfiança? Essa é uma pergunta válida e que, inclusive, virou alvo de pesquisa acadêmica.

Estudo

Estudiosos da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, decidiram se aprofundar no universo de Elsa, Moana, Cinderela e tantas outras para identificar como elas influenciam no desenvolvimento da autoimagem de crianças. Será que tem algo a ser descoberto? A resposta é sim, e mais do que isso: são resultados surpreendentes.

O conceito de princesas da Disney, muitas vezes, parte de uma visão idealizada sobre a aparência física. Não à toa, algumas delas são adoradas pela beleza e pelos traços “perfeitos”. As características escolhidas, no entanto, parecem não ser tão benéficas assim, quando se trata de autoestima das crianças.

Em produções recentes, a Disney optou por trazer personagens com corpos mais reais, como a Moana e a espirituosa Merida. Isso demonstra, de certa forma, que a companhia está atenta às tendências e, também, aos efeitos da aparência das princesas no imaginário e na psicologia infantil.

Relação com a autoestima

Os pesquisadores avaliaram 61 produções da Disney e fizeram uma descoberta intrigante. Duas das princesas mais adoradas hoje pelas crianças – Elsa, de “Frozen”, e Moana mostram que não é necessário um corpo perfeito, tampouco um título de realeza para ser uma pessoa extraordinária.

A conclusão do estudo foi de que essas princesas, com personalidades fortes e corpos mais reais, criam uma relação mais próxima e um ambiente mais positivo para a autoestima das crianças. A humanização de personagens fantásticos ajuda a desenvolver uma imagem mais saudável e realista de si.

Será que a Disney, enfim, se atentou para isso? As escolhas das novas produções indicam um caminho menos idealizado e mais próximo da realidade, apesar de ter uma longa caminhada ainda pela frente.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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