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Economia

Em ironia, Haddad diz que estudou 2 meses sobre Economia e causa polêmica

O perfil político de Fernando Haddad para uma área técnica provoca críticas dos especialistas.

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O perfil político de Fernando Haddad para uma área técnica provoca críticas dos especialistas.

O anúncio de Fernando Haddad no Ministério da fazenda causou preocupação no mercado financeiro. Economistas temem que o político priorize mais gatos públicos e menor responsabilidade fiscal. O petista é professor de ciência política, mestre em economia e doutor em filosofia.

Apesar de ter dito em tom irônico que estudo apenas dois meses de economia, o que gerou informações confusas sobre sua formação, o político enfatizou que finalizou seu mestrado em Economia na USP em 1990.

Haddad já foi ministro da educação entre 2005 e 2012, nas gestões Lula e Dilma, e prefeito de São Paulo entre 2012 e 2006. Perdeu a reeleição no primeiro turno e depois foi derrotado na disputa pela presidência em 2018. Ele também perdeu a disputa pelo governo do estado de São Paulo em 2022.

O perfil político do indicado para uma área técnica provoca críticas dos especialistas. O dólar se encontrava em baixa e a bolsa em um patamar mais alto antes do anúncio. Uma sinalização do mercado indica que o governo pode ter mais gastos e menos responsabilidade fiscal.

Na Casa Civil assume Rui Costa, também do PT. Economista, ele é governador da Bahia eleito em 2018. O órgão que ele vai assumir tem como função auxiliar diretamente o presidente da república e coordenar a ação de todos os ministérios, desafio que o presidente terá nos próximos meses.

Fernando Haddad

Ao participar de evento organizado pela Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban) no dia 25 de novembro, Fernando Haddad foi tratado como “ministro” pelos presidentes dos principais bancos brasileiros e até pelo presidente do Banco Central do país, Roberto Campos Neto. Talvez tenha sido um engano, ou talvez ele estivesse se referindo à época de Haddad como ministro da Educação, cargo que ocupou de 2005 a 2012.

Na ocasião, cada palavra do depoimento de Haddad foi acompanhada e analisada detalhadamente pelos banqueiros do evento e por gestores e estrategistas de mercado. Na verdade, eles não apenas analisaram as palavras que ele disse, mas também o que ele não disse. Haddad não se manifestou preocupado com a sustentabilidade da dívida do governo, nem mencionou as consequências dessa percepção de risco para as condições financeiras, como os juros de longo prazo.

Tampouco se pronunciou sobre uma nova âncora fiscal para substituir o atual limite de gastos, que, sinalizado pelo novo governo com a emenda constitucional para transição de governos, deve ser equacionado em 2023.

Apresentado formalmente na sexta-feira como ministro da Fazenda de Lula, Haddad focou seu discurso na necessidade de reforma tributária e orçamentária, dois temas apontados por economistas como cruciais para estimular o crescimento do Brasil, e defendeu uma trégua política institucional após anos de conflito entre os poderes.

Esse sinal reflete uma vantagem que Lula vê em seu novo ministro para a área mais importante de seu terceiro mandato, a econômica: com perfil considerado moderado, Haddad tem condições de ouvir as alas do Partido dos Trabalhadores que clamam por aumento gastos sociais, deixando o saldo fiscal em segundo plano, mantendo canais abertos com o setor financeiro e o setor privado.

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