Empresas de transporte de carga suspendem operações na hidrovia Tietê-Paraná

O porto intermodal de Pederneiras (SP) anunciou a paralisação das operações para esta sexta-feira (27). A informação também foi confirmada pela prefeitura municipal, através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano.

Segundo o secretário Paulo Fernando Sampaio Galvão Filho, empresas que operam no local já previam a interrupção e adiaram a suspensão das atividades, que tem afetado financeiramente as negociações;

Estiagem

Um dos principais meios de escoamento da produção agrícola do país chegou ao seu nível crítico. A estiagem que já vinha afetando o transporte de carga na hidrovia Tietê-Paraná, prejudicou ainda mais a situação. A hidrovia está limitada pelo nível baixo do Rio Tietê e, no porto intermodal de Pederneiras (SP), 90% das barcaças já estão paradas. Por conta da situação, cerca de 80% dos funcionários do setor também foram demitidos.

Atualmente, o porto opera no limite mínimo da capacidade: com 2,20 metros de profundidade. O sistema de vazão em ondas ainda possibilita o funcionamento parcial da hidrovia, mas o trajeto é arriscado. Cerca de 30 embarcações estão ancoradas no porto intermodal de Pederneiras desde junho, quando o nível começou a baixar. As embarcações que se arriscam a passar pelo ponto mais crítico estão com capacidade de carga reduzida, em, no máximo, 30%.

A hidrovia

A Tietê-Paraná é uma das principais vias de escoamento da produção agrícola brasileira. Possui 2,4 mil quilômetros de extensão e possibilita o transbordo e os produtos de várias partes do país até o porto de Santos.

A situação atual afeta a logística do agronegócio e põe em risco o escoamento de grãos. A condição pode refletir no bolso do consumidor, já que, na falta da hidrovia, a alternativa rodoviária acaba se tornando uma opção para produtor rural. Contudo, ela é mais cara e o reajuste deve ser repassado.