Empresas
Entrevista com presidente do Mercado Livre: empresa não é alvo de aquisição
Mercado Livre ultrapassou pela primeira vez no terceiro trimestre uma receita líquida de 1 bilhão de dólares.
O Mercado Livre, maior portal de comércio eletrônico da América Latina, não está sendo sondado por adversários globais do setor para uma aquisição e isso não deve ocorrer tão cedo, disse Marcos Galperin, presidente-executivo da companhia.
“Até agora não aconteceu e não acho que acontecerá no curto prazo”, afirmou.
A fala do executivo vem após o anúncio de que a empresa está dobrando sua capacidade no Brasil com a inauguração de cinco novos centros logísticos, depois de anos de especulações sobre se o Mercado Livre seria objetivo de desejo de gigantes globais como a Amazon, dos Estados Unidos, e a Alibaba, da China.
Depois de anos de crescimento rápido em mercados que vão desde o México até a Argentina e cimentar sua liderança na região com o boom do comércio eletrônico gerado pelos efeitos da Covid-19, o Mercado Livre ultrapassou no terceiro trimestre pela primeira vez uma receita líquida de 1 bilhão de dólares.
Recentemente, o Mercado Livre passou a apostar mais em serviços como parcerias de conteúdo, como com a Disney, e na inclusão de produtos de consumo mais rotineiro, como de supermercados, para aumentar a recorrência do uso pelos clientes, como o que foi feito pela Amazon com a compra da Whole Foods, em 2017.
“Vamos continuar a fazer investimentos nessa categoria”, disse Galperin.
O Mercado Livre tem no seu braço financeiro, Mercado Pago, uma iniciativa tão grande ou ainda maior do que a do próprio comércio eletrônico, uma vez que ele tem sido um vetor para bancarizar dezenas de milhões de pessoas da América Latina.
No terceiro trimestre, os pagamentos processados pelo Mercado Pago dispararam 92% em dólar ante um ano antes, a 14,5 bilhões de dólares.
Criado para fazer pagamentos, o negócio foi disponibilizando mais serviços como crédito, investimentos e seguros. A tendência agora deve ganhar força no Brasil, fonte de 55% das receitas do grupo, onde o Mercado Livre conseguiu na semana passada permissão do Banco Central para operar como instituição financeira.
A autorização pode aumentar os problemas de grandes bancos, já enrolados com uma agenda regulatória do BC projetada para elevar a competição no setor financeiro, com novidades como o pagamento instantâneo e o open banking, sistema que permitirá que os clientes compartilhem seus dados bancários.
“Vamos ter menores custos de captação e trabalhar com outros serviços financeiros mais rentáveis”, afirmou o executivo.
O mercado financeiro não tem ficado obstante à investida do Mercado Livre. Nos últimos 12 meses, a ação da empresa na Nasdaq saltou mais de 160%, chegando a um valor bursátil de 65 bilhões de dólares, maior do que qualquer outra companhia brasileira listada, incluindo as gigantes Petrobras e Vale.
A explosão do comércio eletrônico e da bancarização digital na América Latina é só o primeiro passo, disse o cofundador do Mercado Livre.
“Estamos longe ainda dos níveis de ecommerce vistos em locais como a China, por exemplo. E, no serviço financeiro, acho que veremos o fim do dinheiro na América Latina em 10 anos”, completou.

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