Commodities
Europa fraca e conflito no Oriente Médio ‘detonam’ preços do petróleo
Instabilidade global conduz à queda de 2% do tipo Brent e de 2,1% do tipo WTI
Pela terceira vez seguida, os preços do petróleo registraram queda, sob o peso de dados econômicos fracos da Alemanha (maior economia da Europa), assim como da Grã-Bretanha, o que lançou incertezas a respeito das perspectivas da demanda de energia no ‘velho continente’. Levando em conta a fragilidade da atividade comercial da Zona do Euro, não está descartada a possibilidade de a região entrar em recessão. Além dos fatores citados, a tensão no Oriente Médio e a valorização do dólar também contribuíram para o revés dos mercados, na sessão desta terça-feira (24).
Como resultante, contratos futuros do tipo Brent (referência global) recuaram 2% (-US$ 1,76) a US$ 88,07 o barril, ao passo que os contratos futuros do tipo WTI (referência ianque) baixaram 2,1% (-US$ 1,75) a US$ 83,74 o barril.
A percepção do mercado, tanto em relação à economia alemã, quanto inglesa, é de que um período recessivo já estaria em andamento, antes mesmo de o Banco da Inglaterra se pronunciar em relação à taxa de juros, o que deve ocorrer na próxima semana.
Segundo o analista do Mizuho (NYSE: MFG), Robert Yawger, “definitivamente, está havendo um diálogo sobre o fato de a economia global estar pior esta semana do que na semana passada”, disse, ao comentar que “não ajuda o fato de que muitos dos principais banqueiros e especialistas financeiros estejam na Arábia Saudita hoje falando sobre como a economia está ruim”, ao se referir evento da Iniciativa de Investimento Futuro apelidado de “Davos no Deserto”.
Já o gestor de Global Research & Analytics, da Schneider Electric, Robbie Fraser acentua que, “embora a situação [no Oriente Médio] permaneça em foco, o impacto tangível sobre os fundamentos do mercado petrolífero permanece mínimo”. Ante a expectativa de ‘aperto na oferta’ de petróleo, em decorrência do conflito em Israel, foi favorecida a cotação do padrão monetário estadunidense, ‘jogando pressão’ sobre a commodity.
“Parece que a economia dos EUA se recusa a quebrar e isso significa que o mantra de ‘juros mais altos deverá persistir por mais algum tempo”, destacou, em nota, o analista da Oanda, Edward Moya. As atenções agora se voltam para a divulgação de dados semanais de estoque de petróleo, pelo Departamento de Energia dos EUA.
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