Ações, Units e ETF's
Exterior indefinido; PIB de 0,28% e alerta do FMI pautam Ibovespa de segunda
Avanço de t-notes ianques derruba bolsas; recessão técnica brasileira e vulnerabilidade de emergentes afetam cotações pátrias
Com a maior parte dos índices futuros ianques operando em baixa (pressionados pelo avanço dos juros (yeld) dos títulos do Tesouro dos EUA (T-note), de 1,767%, na sessão anterior, para 1,774%), o investidor acompanha a evolução da inflação, tanto nos EUA, quanto no país, enquanto observa o comportamento das economias, ante à expansão da variante ômicron, que agora virou sinônimo de covid. A ascensão dos yelds estadunidenses logo derrubou os índices futuros locais (Dow Jones, -0,27%; S&P 500, -0,59% e a Nasdaq, -1,12%).
Cenário desafiador – Diante desse cenário desafiador, as bolsas mundiais apresentam, nessa segunda-feira (10), desempenhos variados, que refletem a intenção do Federal Reserve (Fed) – banco central estadunidense – de aplicar uma redução expressiva de seu balanço de ativos; encurtar o fim do ciclo de injeção monetária bilionária (US$ 120 bilhões/mês) iniciado na pandemia, em 2020, e elevar, pelo menos, em três vezes, as taxas de juros, já a partir de março próximo.
DI para 2023 de 12% – No mercado futuro nacional, no início da sessão, os juros DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2023 atingiam 12% e o DI para janeiro de 2024, a 11,665%, enquanto os de vencimentos mais longos, como o DI para janeiro de 2025, e o do DI para janeiro de 2027, registravam variação de 11,385% e 11,285%, respectivamente.
Expectativa crescente – No momento, é grande a expectativa dos mercados mundiais quanto à divulgação dos dados de inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, previsto para a próxima quarta (12), o que pode acelerar o aperto monetário por parte do Fed, caso se mantenha a tendência altista da inflação local, ao lado de expansão do mercado de trabalho no país. Juros mais elevados afetam mais fortemente companhias de perfil de mais rápido crescimento (como é o caso, do setor de tecnologia), como também encarecem o custo de tomada de empréstimos.
Mais afetadas – Num primeiro momento, essa alta afeta mais aquelas companhias com perfil de rápido crescimento, como às do setor de tecnologia, mas também traz como ‘sequela automático’ a menor atratividade do mercado acionário e o encarecimento do custo de tomada de empréstimos.
Ásia indefinida – A postura mais dura do Fed afeta as bolsas asiáticas, que registraram hoje (10) desempenhos distintos, conforme atestam as altas do chinês Shanghai SE, e do Hang Seng Index de Hong Kong, de 0,39% e 1,08%, respectivamente, em contraponto ao Kospi sul-coreano, que recuou 0,95%. Por conta do feriado, o nipônico Nikkei ficou inativo.
Stoxx 600 recua – Também atingido pelo avanço dos juros de Tio Sam, o índice Stoxx 600 europeu recuava 0,3%, ‘puxado’ negativamente pelo setor industrial, mas positivamente pelo de viagem e lazer, enquanto o desemprego na Zona do Euro registrava queda de 7,2% e crescem as tensões globais na fronteira da Ucrânia, onde estão posicionadas cerca de 100 mil tropas russas, que podem invadir o país soberano, a qualquer momento.
Petróleo e minério recuam – No plano das commodities, os preços do petróleo WTI e Brent, referências internacionais, apresentavam viés negativo próximo a 1%, ao passo que o minério de ferro igualmente recua.
Bitcoin estabiliza – Entre as criptomoedas, o Bitcoin se mantém no patamar de US$ 42 mil, a despeito da queda registrada na semana anterior.
PIB ‘encolhe’ – No front nacional, pesa sobre o ânimo dos negócios, a divulgação, pelo Boletim Focus do Banco Central (BC), de novo recuo (0,08 pontos percentuais) da previsão do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, que ‘encolheu’ para 0,28%, o que reforça a tendência de recessão técnica (dois trimestres seguidos de baixa) do ano passado. Há um mês, o crescimento esperado era de 0,5%, o mesmo ocorrendo com relação ao PIB de 2023, agora ‘desidratado’ de 1,8% para 1,7%. Em contrapartida, as projeções para o dólar, para o próximo ano subiram de R$ 5,40 para R$ 5,45.
IPCA mantém estabilidade – Ao mesmo tempo, as previsões para o IPCA, em 2022, foram mantidas em 5,03% (ainda muito acima da meta de 3,5%, fixada pelo Conselho Monetário Nacional – CMN); taxa básica de juros (Selic) de11,75% (avanço de 0,25 ponto percentual); queda do déficit primário para 1% do PIB; déficit nominal de -7,75% do PIB; superávit comercial mantido em US$ 51 bilhões, o mesmo ocorrendo como o Investimento Estrangeiro Direto (IED), estável em R$ 70 bilhões.
Mais vulneráveis – O refluxo do PIB tupiniquim ocorre num momento em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) lançou, em seu blog, ‘alerta’, no qual prevê “que o impacto do aperto monetário do Fed poderá ser ‘grande’ para as economias emergentes, como a brasileira, que estão mais vulneráveis à crise, além de apresentarem elevadas dívida pública e privada, além de desvalorizações de suas respectivas moedas”. Desse modo, a instituição internacional entende que a “combinação de crescimento mais lento com vulnerabilidade alta poderá criar ciclos adversos para essas economias”.
Mandatário recua – Na treta fiscal, chama a atenção o recuo (mais um) do Executivo, que agora ‘promete’, até amanhã (13) uma solução para a questão do então vetado Refis (programa federal de refinanciamento de dívidas) às pequenas e médias empresas. Outra marcha-ré palaciana, é a fala nova do mandatário do plantão, que agora diz que “nada está garantido’, com relação ao reajuste eleitoreiro de R$ 1,7 bilhão às forças de segurança e da saúde, anunciado anteriormente. Enquanto isso, prossegue as tratativas de servidores federais para uma greve nacional, em protesto contra a arbitrariedade do Planalto.
Covid sobe – No diário da Covid, o vírus chinês matou 123 brasileiros, em sete dias, o que representa alta de 28% ante o patamar apresentado 14 dias antes, informou o consórcio de veículos de imprensa.
Principais indicadores
Estados Unidos (Futuros)
Dow Jones, +0,07%.
S&P 500, +0,04%.
Nasdaq Futuro, -0,08%.
Ásia
Shanghai SE (China), +0,39% (fechado).
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,08% (fechado).
Kospi (Coreia do Sul), -0,95% (fechado).
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), +0,04%.
Dax (Alemanha), -0,11%.
CAC 40 (França), -0,10%.
FTSE MIB (Itália), +0,25%.
Commodities
Petróleo WTI, -0,18%, a US$ 78,81 o barril.
Petróleo Brent, -0,17%, a US$ 81,61 o barril.
Minério de ferro, -2,03%, a 699,5 iuanes ou US$ 109,75 (Bolsa de Dalian – China).
Criptomoedas
Bitcoin, +0,69%, a US$ 41.863,05.
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