Exterior no azul, feriado nos EUA e Brasília ‘tensa’ abrem Ibovespa

Enquanto as bolsas mundiais operam no azul, turbinadas pelos bons números de emprego nos Estados Unidos e pela decisão do Federal Reserve (Fed), banco central ianque, de manter ‘marcha lenta’ na retirada de estímulos à superpotência econômica, no Brasil, a expectativa do investidor, nessa segunda (6), de menor volume de negócios no Ibovespa (bolsas americanas fechadas pelo feriado do Dia do Trabalho, nos EUA), é de acompanhar, tenso, mais uma vez, os desdobramentos da crise política, na véspera do feriado nosso, com direito à ameaça de ruptura institucional, pelo mandatário da hora.

Prisões à vista – Enquanto o presidente mobiliza pela rede, partidários, afiliados, além de dispositivos militares e paramilitares a se concentrarem e protestarem contra os rumos da política na Capital federal, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) acenam com a possibilidade de ordenar prisões de eventuais arruaceiros, caso isso implique ‘risco à ordem pública’. Certo é que Bolsonaro estará presente em Brasília, pela manhã,  às comemorações tradicionais de 7 de setembro, se deslocando para São Paulo, à tarde.

Participação armada – O temor predominante, em Brasília, se deve à participação de policiais armados nos atos e de violência física entre manifestantes. Por lei, policiais militares, assim como integrantes das Forças Armadas, não podem participar de atos políticos, mesmo que estejam de folga e sem o uniforme, e estão sujeitos a sanções disciplinares.

Vias bloqueadas – De acordo com informações da PM do Distrito Federal (PM-DF), serão montadas linha de revistas pessoais e bloqueios nas principais vias da Esplanada dos Ministérios, onde se concentrarão os apoiadores de Bolsonaro, o mesmo valendo para as proximidades da Torre de TV, onde se espera ato contrário ao presidente. Também haverá restrição de acesso à Praça dos Três Poderes, além de terem sido vetados objetos pontiagudos, garrafas de vidro, hastes de bandeiras e outros materiais que coloquem em risco a segurança de manifestantes. Nem mesmo o uso de drones será permitido no espaço aéreo da Esplanada dos Ministérios.

Boletim Focus – Na agenda Brasilis, destaque para a divulgação, pelo Banco Central (BC), das previsões da semana para o PIB, inflação e taxa básica de juros (Selic). No front externo, tudo azul, a despeito da queda do minério de ferro – despencou 6%, para menos de US$ 130 a tonelada, após a limitação chinesa ao volume de aço do país – como atesta o índice Nikkei, que subiu forte, a 2% na última sessão, por conta da desistência de concorrer à reeleição do primeiro-ministro Yoshihide Suga, muito criticado por sua atuação durante a pandemia no país nipônico.

Menos aço – Na China, autoridades da cidade de Handan anunciaram restrições ao volume de aço, válidas, pelo menos, até o fim de outubro, noticiou o site do governo, o que, em alguns casos, pode implicar a redução, em até 8,6%, da capacidade siderúrgica da cidade. Ainda assim, o índice Shanghai avançou hoje (6) 1,12%; em Hong Kong, o Hang Seng ficou em +0,9%; e na Coreia do Sul, o Kospi igualmente fechou em alta, a 3.203,33 pontos. Na mesma vibe positiva, o índice Stoxx 600 – composto pelas 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus – avança 0,53%, impulsionado pelos papéis do setor de tecnologia.

Taxa cai mais – Na questão sanitária, detalhe importante é a ampliação da queda de média móvel de mortes por covid-19, que ficou 21% abaixo do patamar registrado 14 dias antes, conforme informações fornecidas pelo consórcio de veículos de imprensa, que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil.

W.O? – Ainda envolvendo a pandemia, destaque para a interrupção, logo no início, do jogo entre Brasil e Argentina (pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2022), devido à retirada, por funcionários da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de quatro jogadores argentinos de campo, que teriam ‘violado as regras sanitárias’, por se recusarem a fazer a quarentena obrigatória exigida de quem procede do Reino Unido. Caberá à Comissão de Disciplina da Fifa decidir o resultado da partida ou declarar W.O., em função da desistência portenha.

Principais indicadores:

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), +0,7%
*Dax (Alemanha), +0,66%
*CAC 40 (França), +0,72%
*FTSE MIB (Itália), +0,68%

Ásia

*Nikkei (Japão), +1,83% (fechado)
*Shanghai SE (China), +1,12% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +1,01% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,07% (fechado)

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, -0,664%, a US$ 68,83 o barril
*Petróleo Brent, -0,65%, a US$ 72,15 o barril
*Bitcoin, +3,5%, a US$ 51.775,45
*Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian registram queda de 6,65%, cotados a 723 iuanes, equivalente hoje a US$ 111,97 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,46