Ações, Units e ETF's
Exterior positivo com sanções ao invasor russo e IPCA-15 a 10,76% moldam Ibovespa de quarta
Mercados reagem à iniciativa aliada de bloquear recursos e bens do país beligerante; indicador fica em dois dígitos
Em que pese o alastramento da aversão ao risco pelo globo – precipitado pelo conflito armado por Moscou na fronteira ucraniana – as bolsas mundiais operam, em sua maior parte, no positivo, na expectativa de que as sanções impostas pelo Ocidente atenuem o ímpeto imperialista do Kremlin, de modo removê-lo da ideia de invadir a nação soberana vizinha, já cercada por 150 mil tropas do Exército Vermelho.
Guerra certa – Esperança feita de açúcar, uma vez que de dez entre dez analistas internacionais dão como certa a guerra no Leste Europeu – a dúvida é sobre o momento de sua deflagração – a escalada militar traria novas complicações quanto ao suprimento energético da Europa, sem contar a disparada do petróleo, mais pressão inflacionária e apertos monetários por parte dos bancos centrais.
Medidas ‘defensivas’ – ‘Defensivas’ é o termo empregado pelo presidente ianque Joe Biden, para as sanções contra a dívida soberana russa, além do corte imediato de qualquer financiamento ocidental para o país, com o ‘objetivo de atingir instituições financeiras e elites locais’.
Diplomacia de palavras – Ao adiantar “não ter a intenção de lutar contra a Rússia”, Biden esclareceu que “os EUA e seus aliados permanecem abertos à diplomacia para buscar uma solução [para o conflito], desde que seja uma diplomacia séria”, acentuou a Casa Branca.
Só o início – Ao mesmo tempo, o líder ianque fez uma declaração sombria, de que ‘a invasão da Ucrânia estaria só no início’, antes de reforçar que as sanções podem ser mais duras, dependendo do contexto. As sanções ianques são acompanhadas pela União Europeia, Reino Unido, Japão e Austrália, aplicáveis de imediato a bancos, autoridades empresariais e líderes da Rússia.
Ataques a Kiev – Retóricas palacianas à parte, o fato é que Washington já conta com ataques russos contra a capital ucraniana, Kiev, o que levou ao reforço de forças e equipamentos militares ianques no Mar Báltico.
Futuros sobem – Refletindo a grande incerteza geopolítica atual, os índices futuros dos EUA operavam em alta, no início da sessão de hoje (23), como Dow Jones, +0,70%; S&P 500, +0,80% e Nasdaq, +1,04%, com direito à correção do S&P 500.
Ações fracas – Embora tenha considerado as sanções de Tio Sam contra Moscou “mais fracas do que se temia, o executivo da ActivTrades, Anderson Alves, avalia que Washington ainda disporia de ‘opções mais agressivas’, como, por exemplo, restringir o acesso russo ao sistema SWIFT de transações bancárias globais.
Alta de 50 pontos-base – No paralelo, a maioria das apostas de Wall Street se volta para a alta da taxa de juros, em torno de 50 pontos-base, já na próxima reunião, em março próximo, do Federal Reserve (Fed), o bc estadunidense, reportou a ferramenta FedWatch do CME Group.
Ásia avança – Na mesma toada positiva, ainda que precificando o impacto das sanções ocidentais, as bolsas asiáticas fecharam integralmente em alta nesta seção (23) – com avanço do chinês Shanghai SE (+0,93%); do sul-coreano Kospi (+0,47%) e do Hang Seng Index, de Hong Kong (+0,60%) e ausência do nipônico Nikkei, inoperante por conta de feriado local.
Oriente ‘de boa’ – Interessante notar que, pelo menos para essa região, o conflito ianque-russo parece não afetar tanto os negócios locais, turbinados pela alta de 1,75% a 2.237,58 pontos do Shenzhen Composto, principal índice de ações chinês.
PIB de Hong Kong – Já o avanço de 0,62% a 23.666,00 pontos, do índice Hang Seng, de Hong Kong, foi fortemente influenciado pela alta de 4,8% do PIB da cidade, no quarto trimestre do ano passado (4T21), para igual período de 2020, em termos reais. No confronto anual (2021/2020), a expansão da metrópole oriental foi de 6,4%, em termos reais, num ‘repeteco’ de comparação anterior.
Demanda aquece – Para o bom desempenho do Kospi sul-coreano – que subiu 0,47% a 2.719,53 pontos – o destaque coube às ações de construtores navais do país, que manifestaram confiança de aumento expressivo da demanda por transporte de gás natural liquefeito de petróleo, dos Estados à Europa, ameaçada de corte pela iminente invasão militar russa na Ucrânia.
Daewoo cresce – Repercutindo o anúncio da alternativa de suprimento energético ao velho continente, as ações da Daewoo Shipbuilding & Marine Engineerin (uma das principais fabricantes de navios para transporte de GNL do país) saltaram 22%; às da Hyundai Mipo Dockyard dispararam 11%; Hyundai Heavy Industries cresceram 7,4% e Samsung (KS:005930) Heavy Industries valorizaram 6,7%.
Europa positiva – Igualmente positiva foi a reação europeia às sanções ianques e de aliados, a ponto de o britânico FTSE 100 subir 0,57%, o alemão DAX crescer 0,96%; o francês CAC 40 avançar 1,39% e o italiano FTSE MIB valorizar 1,18%. No geral, o Stoxx 600 registrava baixa de 0,20%5 a 454,21 pontos. Na mira do investidor local, a divulgação dos resultados corporativos de companhias, como a Barclays, Wolters Kluwer, Stellantis, Rio Tinto, Uniper, Danone, Henkel e Aston Martin Lagonda.
Inflação acima de 5% – Também no radar, o avanço de 5,1% da taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Zona do Euro, em janeiro último, em relação ao mês anterior, em linha com a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal. Esse avanço inflacionário joga pressão para que o Banco Central Europeu (BCE) seja mais duro na política monetária continental.
Minério valoriza – No campo das commodities, o minério de ferro com teor de 62% de ferro fechou a sessão em alta de 0,9% no porto chinês de Qingdao, a US$ 137,03 a tonelada.
Petróleo idem – Os futuros do petróleo WTI, por sua vez, subiam 1,73% a US$ 93,49 o barril, no início dessa tarde (23), patamar entre os mais elevados, num período de sete anos
IPCA-15 a 10,76% – No cenário tupiniquim, destaque para a alta de 0,99% do IPCA-15 – em fevereiro corrente ante o mês anterior, que já havia subido 0,58%. O crescimento do índice – considerado uma prévia da inflação nacional – é o maior para esse mês, em seis anos, levando em conta a elevação de 11% de custos de educação sazonais, captados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como resultante, o IPCA-15 acumula alta de 10,76%, em 12 meses, até este mês, ante os 10,20% registrados em janeiro último. A taxa só é superada pela de fevereiro de 2016, anualizada em 10,84%. A conclusão é que a variação em 12 meses ultrapassa, em bem mais que 100%, o teto da meta inflacionária do BC, de 3,50%.
Oito avançam – No que toca ao comportamento dos preços, fevereiro corrente mostrou avanço de oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo instituto, com destaque para a subida de 5,64% do grupo Educação, pressionado pela alta de 6,69%, referente a reajustes promovidos pelos cursos regulares, no início do ano letivo. O segundo grupo de grande influência foi o de alimentação e bebidas, que cresceram 1,20% este mês, maior que a elevação de 0,97%, em janeiro último. Maiores elevações foram observadas em tubérculos, raízes e legumes, como a cenoura (49,31%) e a batata-inglesa (20,15%).
‘Melhor déficit’ – No que se refere às transações correntes, estas tiveram déficit de US$ 8,146 bilhões em janeiro último, resultado negativo considerado, porém, o melhor desde o déficit de 7,592 bilhões, atingido em janeiro de 2017.
Em linha – A marca negativa também está em linha com a estimativa da autoridade monetária, de um déficit de US$ 8,4 bilhões. Considerados os últimos 12 meses, até janeiro deste ano, o déficit do saldo das transações correntes soma US$ 27,733 bilhões ou 1,71% do Produto Interno Bruto (PIB).
IDP a US$ 4,7 bi – Já os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 4,709 bilhões em janeiro último, superiores, portanto, aos US$ 3,478 bilhões apurados em igual mês de 2021, apontou o BC, que estima o montante de IDP para 2022 deva alcançar US$ 55 bilhões, conforme projeta o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro do ano passado. Em 12 meses, o saldo acumulado, até janeiro último, é de US$ 47,672 bilhões ou 2,94% do Produto Interno Bruto (PIB).
Arrecadação sobe 18,30% – Em outra divulgação de hoje (23), a Receita Federal informou que a arrecadação federal somou R$ 235,3 bilhões, em janeiro último, o que corresponde a uma alta de 18,30%, no comparativo anual, já descontada a inflação do período. Segundo o órgão, subordinado ao Ministério da Economia, esse é o melhor resultado desde 1995.
Covid mata 816 – No diário da covid, o vírus chinês matou 816 brasileiros, o que representa queda de 7% na média móvel de sete dias, ante patamar anterior, de 14 dias, informou o consórcio de veículos de imprensa.
Principais indicadores
Estados Unidos (futuros)
Dow Jones, +0,70%.
S&P 500, +0,80%.
Nasdaq, +1,04%.
Ásia
Shanghai SE (China), +0,93%.
Nikkei (Japão), Feriado.
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,60%.
Kospi (Coreia do Sul), +0,47%.
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), +0,57%.
DAX (Alemanha), +0,96%.
CAC 40 (França), +1,39%.
FTSE MIB (Itália), +1,18%.
Commodities
Petróleo WTI, -0,65%, a US$ 91,26 o barril.
Petróleo Brent, -0,62%, a US$ 96,24 o barril.
Minério de ferro, -0,78%, a 700 iuanes ou US$ 110,87 (Bolsa de Dalian – China).
Bitcoin, +4,14% a US$ 38.634,83 (cotação de 24 horas).
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