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Economia

Falta de carro zero no mercado eleva preço de usados em até 20%

Sem componentes necessários para fabricação de veículos novos, modelos usados têm valorização de até 20% em um ano.

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Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

Sem chip para a produção, os carros novos saíram das lojas para dar lugar aos veículos usados. O aumento na demanda por essa categoria levou a uma valorização de alguns modelos em mais de 20% em apenas um ano, processo que não se via desde os nos anos 1980 com o Plano Cruzado.

Veja também: Personalizar seguro do seu carro é possível com novas regras; veja como

De forma geral, um carro perde entre 15% a 20% de seu valor de mercado após um ano de uso.

Apesar de já estar faltando usados em alguns lugares, foram vendidos 7,59 milhões de automóveis e comerciais leves até agosto, 48,8% a mais do que no mesmo período do ano passado e 6,6% acima de um ano antes. Segundo a Fenabrave, entidade que representa o setor, os dados representam um recorde.

De acordo com o Bradesco, a relação entre a venda de carros usados e novos está no maior patamar de sua série histórica desde julho de 2004. Em dados dessazonalizados, para cada automóvel zero, 6,5 usados foram vendidos no ano.

“Em períodos de crise é normal essa métrica subir, mas dessa vez a massa salarial foi preservada pelos estímulos [do governo] e as vendas cresceram em parte por causa da demanda, e em parte por causa da falta dos novos”, explica Renan Bassoli Diniz, economista do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos do Bradesco.

Embora os preços dos carros novos também tenham subido em 2021, os níveis ficaram abaixo dos usados. O IPCA mostra que os zero quilômetro registraram alta de 9,8% em doze meses até agosto, enquanto os usados dispararam 12,5%.

Cenário inédito nos últimos anos

Atualmente, é possível vender um carro usado por um ano com preço melhor do que o pago no ato da compra. “Vi isso só na época da hiperinflação”, diz Eduardo Jurcevic, presidente da Webmotors, maior plataforma de compra e venda de carros do país.

Em um ano, o Volkswagen T-Cross e o Gol valorizaram 27% e 24%, respectivamente, segundo dados da KBB Brasil. Alguns modelos novos têm filas de espera de quatro a seis meses, o que leva o consumidor a procurar usados à pronta entrega.

Para o próximo ano, a expectativa do setor automotivo e de economistas é de desaceleração. O Bradesco espera alta de 2,5% na venda de usados, para 12 milhões de unidades, e de 7,5% para os novos, para 2,2 milhões de unidades.

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