Conecte-se conosco

Economia

Febraban e Abecs se levantam contra as Bets

Instituições endurecem contra as apostas online.

Publicado

em

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está planejando propor ao governo a criação de uma força-tarefa para estudar os impactos das apostas virtuais (Bets) na renda das famílias brasileiras. A iniciativa, que busca reunir representantes de diversos setores, incluindo governo, setor produtivo e instituições financeiras, tem como objetivo fazer um diagnóstico aprofundado da situação e propor soluções.

Isaac Sidney, presidente da Febraban, anunciou a ideia após uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Estamos considerando propor ao governo uma força-tarefa multissetorial para examinar de perto os impactos das bets no Brasil. Além do Ministério da Fazenda, essa iniciativa poderia envolver órgãos que lidam com defesa do consumidor, prevenção à lavagem de dinheiro e programas sociais como o Bolsa Família”, afirmou Sidney.

O encontro, destinado a discutir o crescente endividamento causado por apostas eletrônicas, não resultou em decisões concretas. Segundo o presidente da Febraban, o papel da entidade é propor discussões e levantar preocupações, não definir políticas públicas. “A reunião de hoje foi mais uma troca de ideias do que para a tomada de decisões. Nosso foco é na prevenção ao superendividamento e no bem-estar das famílias”, disse.

Bets

Sidney reiterou uma sugestão recente de suspender temporariamente o uso do Pix como forma de pagamento para apostas, ou pelo menos impor limites aos valores transferidos pelos apostadores. A suspensão, segundo ele, seria uma medida emergencial até que a regulamentação definitiva das apostas virtuais, prevista para janeiro de 2025, entre em vigor. “Enquanto não há uma regulação clara, defendemos que meios instantâneos de pagamento, como o Pix, sejam suspensos para esse tipo de transação”, explicou o presidente.

Apesar de a Febraban classificar essa proposta como uma opinião pessoal de Sidney, ele revelou que a ideia já foi discutida com representantes de diversos bancos em três ocasiões. “Essa restrição já existe em alguns horários, como das 20h às 6h. O objetivo não é focar em um único meio de pagamento, mas encontrar formas de prevenir o aumento do endividamento das famílias”, completou.

Abecs

Em paralelo, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) anunciou a antecipação da proibição do uso de cartões de crédito para apostas virtuais. Inicialmente prevista para janeiro de 2025, a medida foi implementada imediatamente após uma reunião extraordinária. A decisão foi motivada pelo crescente endividamento causado pelas apostas, principalmente via Pix, que já responde por quase 99% das transações no setor, segundo a Abecs.

O uso de cartões de crédito em apostas online, embora menos significativo que o Pix, também preocupava o setor. O Banco Central estima que entre 10% e 15% das apostas sejam feitas por esse meio. “A antecipação da proibição visa mitigar os impactos das apostas sobre o endividamento da população e proteger o consumo em áreas como varejo e serviços”, afirmou a Abecs em nota.

A medida é vista como parte de um esforço maior para controlar o crescimento das apostas online e seus efeitos sobre a economia familiar, à medida que a regulamentação definitiva das apostas no país se aproxima.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

Publicidade

MAIS ACESSADAS