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Fed mais ‘frouxo’ e ajustes no arcabouço fiscal pautam baixa de juros futuros
Alívio no aperto monetário pelo BC ianque e correções na regra fiscal forçam recuo de taxas futuras
A percepção de que o Federal Reserve (Fed) – banco central dos EUA – deverá adotar uma postura menos agressiva em relação ao aperto monetário (leia-se alta dos juros), e a expectativa de que o texto do arcabouço fiscal deverá sofrer ajustes no Congresso Nacional são fatores que determinaram o viés de baixa dos juros futuros, nesta quinta-feira (20), traduzindo um movimento de correção à alta registrada na véspera (19), a reboque da demora do Executivo de entregar ao Parlamento a nova regra fiscal.
Como resultante, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 caiu de 13,27%, no ajuste de ontem, para 13,22%; a do DI para janeiro de 2025 passou de 12,11% para 11,96%; a do DI para janeiro de 2027 recuou de 12,09% para 11,93% e a do DI para janeiro de 2029 encolheu de 12,43% para 12,33%.
A avaliação técnica do mercado é de que foram ‘aparados’ vértices intermediários, como reflexo da decisão do Tesouro de colocar lotes menores, tanto em quantidades, quanto em risco, no leilão de prefixados.
No front externo, o temor de um espectro recessivo global já alterava a curva de juros, ante a divulgação de balanços desfavoráveis da Tesla, American Express e AT&T, além do aumento de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA e de uma ata considerada ‘austera’ por parte do Banco Central Europeu (BCE).
Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “o movimento de desvalorização global do dólar favoreceu alguma recuperação do real e isso contribuiu para o fechamento da curva, porque temos os assuntos domésticos em banho-maria”, ao acrescentar que, tomando por base o fim da semana passada, “a curva se deslocou um pouco para cima, por conta da cautela com o arcabouço e incertezas que se tem com o tema dentro do Congresso”.
Como explicação para o ‘estresse da curva dos juros’, o economista-chefe da Western Asset. Adauto Lima observa que a correção das taxas futuras decorre de sinais de que haverá menor ‘intensidade’ do Fed com relação à alta dos juros. “Há ainda uma discussão de que no Congresso o arcabouço poderá sofrer alterações, no sentido de responsabilizar o agente público, em caso de descumprimento de regras fiscais”, arrematou.
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