Commodities
Fim de sanção ianque à Venezuela e ‘arrocho’ da Opep elevam cotação do petróleo
Tipo WTI cresce 0,21% a US$ 85,44 o barril, e Brent sobe 0,28% a US$ 89,90, o barril
Sob dois fatores antagônicos, o petróleo apresentou ligeira elevação, na sessão desta terça-feira (17), marcada, por um lado, pela retirada das sanções dos EUA sobre a Venezuela – de modo quo país sul-americano possa ofertar mais 200 mil barris por dia (bpd) ao mercado global, no curto prazo – e por outro, pelo anúncio da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), de que pretende manter a restrição de oferta da commodity, em igual mercado.
Em meio à volatilidade do dia – em que os contratos futuros subiram, desde cedo, depois, inverteram o sinal, para voltar a avançar, em seguida – o tipo WTI (referência ianque) para dezembro próximo valorizou 0,21% (+US$ 0,28) a US$ 85,44 o barril, na Nymex (New York Mercantile Exchange), ao passo que o tipo Brent (referência global), para igual mês, cresceu 0,28% a US$ 89,90, o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Na avaliação da líder mundial em análises para o setor de energia, a norueguesa Rystad Energy, um potencial acordo com a Venezuela poderia implicar oferta adicional de 200 mil barris por dia (bpd). Segundo a empresa, tal avanço poderia ocorrer, a partir do ano que vem, mas essa perspectiva pode ser comprometida pela falta de investimentos no setor.
Ante à perspectiva de a demanda global da commodity exibir fragilidade em 2024, o entendimento de analistas seria no sentido de que a Opep continuaria a ‘segurar’ a oferta até o próximo ano, a fim de manter o excesso do insumo energético no mercado, assim como seu preço mais elevado possível.
Na interpretação da Spartan Capital, por sua vez, um eventual acordo EUA-Venezuela representaria um ‘escudo’ para os preços da commodity, no caso de ocorrer uma forte alta, em decorrência do conflito no Oriente Médio. Também deve manter a pressão de alta dos preços do petróleo o provável envolvimento do Irã na guerra entre Israel e Hamas, o que poderia redundar na aplicação de novas sanções contra o petróleo persa, o que ampliaria o prêmio de risco e preservaria o nível atual dos preços.
Para o analista-sênior de mercados da Oanda, Edward Moya, “os investidores de energia permanecem em modo de espera, para ver se os esforços diplomáticos dos EUA serão bem-sucedidos em evitar que o conflito entre Israel e Hamas se transforme em uma guerra regional mais ampla”, analista-sênior de mercados da Oanda.
Segundo Moya, parte do impulso do petróleo pode ser ‘creditado’ aos dados mais fortes que o esperado de vendas no varejo e produção industrial nos EUA em setembro. “Um forte volume nas vendas no varejo sugere que o consumidor dos EUA está saudável e provavelmente pode continuar a pagar esses altos preços na bomba. Uma surpresa positiva na produção industrial pode ser apenas uma tentativa de melhora, mas diz muito sobre como essa economia continua a impressionar”.
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