Economia
Gasolina acumula alta de 28% no ano; Preço do litro vai chegar a R$ 7 nos postos?
Petrobras confirma novo aumento no preço da gasolina vendida em suas refinarias e alta já chega a 28,21% em 2021.
O preço da gasolina vendida nas refinarias da Petrobras teve seu nono aumento consecutivo anunciado há cerca de uma semana. Com mais esse acréscimo, o combustível já é acumula alta de 28,21% para as distribuidoras de combustível do país, mas o valor ainda não deve estacionar.
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Segundo especialistas, o produto pode superar os R$ 7 por litro em pouco tempo em alguns estados, como no caso do Rio de Janeiro. A alta nos preços do petróleo no mercado internacional vem em meio a uma maior abertura econômica, retomada do consumo, avanço da vacinação e retorno às atividades presenciais em diversos países.
Consumo no Brasil
O consumo também cresceu no Brasil, embora ainda não tenha alcançado os níveis pré-pandemia. As vendas totais de combustíveis por distribuidoras aumentaram 12,1% em junho em relação ao mesmo mês de 2020, para 11,4 bilhões de litros.
De janeiro a junho, as vendas cresceram 7,9% na comparação com o mesmo período do ano passado, mostram dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Nas refinarias, a alta da gasolina já chega a 51%, com o litro sendo vendido a R$ 2,78 (aumento de R$ 0,09 ou 3,34% por litro). Para o consumidor final, a ANP calcula que o impacto do aumento da Petrobras na bomba é de 33%.
Gasolina a R$ 7
Um levantamento da ANP mostrou que na primeira semana de agosto, a média nacional do preço da gasolina era de R$ 5,853 o litro. No Rio de Janeiro, o combustível era negociado a um valor médio de R$ 6,407, chegando a ser vendido a R$ 6,899 em alguns postos.
Para André Braz, coordenador do IPC do FGV- IBRE, o combustível pode superar a barreira dos R$ 7 na capital fluminense.
“A média de aumento dos combustíveis foi de 40,5%, em 12 meses, ou seja, cinco vezes a inflação acumulada neste período. Foi um aumento real brutal. E o cenário no mercado internacional ainda mantém a pressão sobre o preço do petróleo”, avaliou.
Paulo Feldmann, professor de economia da FEA-USP, acredita na redução ou estabilização da demanda no médio prazo. Ele ainda destaca a importância das políticas de desestímulo ao uso de fontes de energia que usam carbono, a chamada “descarbonização”.
“O petróleo é um recurso finito, e o preço vai aumentar no médio e no curto prazos. Com a pandemia um pouco mais controlada e a retomada das atividades, o preço subiu e ainda vai subir um pouco mais. No longo prazo é que pode haver reversão desta tendência”, disse Rubens Moura, professor de Economia da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio.
Fator de contribuição
A alta no preço da gasolina ainda tem influência de outro fator, o aumento no etanol anidro, utilizado na mistura do combustível, explicou Miranda Soares, presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).
“Também é importante destacar que o etanol anidro já subiu 75% neste ano. Com o baixo período de chuvas, a produção da cana-de-açúcar teve queda”.
Embora a maior parte do anidro usado no país venha de fonte nacional, a fim da desoneração para importação do produto pode estar colaborando com a alta no valor final do combustível para o consumidor.
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