Governador mineiro quer transformar Cemig em corporação sem controlador

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), quer transformar a Cemig (CMIG4) em corporação sem controlador. Trata-se da companhia energética do Estado e, para isso, o alcaide apresentou a deputados estaduais uma prévia da proposta de privatização, ontem.

Zema pretende converter ações preferenciais em ordinárias, o que diluiria o peso do Estado na tomada de decisão sem a emissão de novos papéis. Entretanto, o projeto enfrenta resistências na Assembleia do Estado de Minas Gerais.

Em relação ao poder de veto, Zema quer implementar a solução chamada golden share, que seriam uma espécie de ações especiais e que oferecem ao acionista que a detém o poder de vetar alterações relacionadas a uma sociedade.

O modelo escolhido prevê, ainda, que o Estado passaria a ser o acionista de referência da Cemig, em decisões consideradas estratégicas, mas deixaria o controle via conversão das ações preferenciais em ordinárias. Assim, 100% das ações da companhia serão ordinárias.

Ele justifica a iniciativa afirmando que o modelo é adotado por grandes empresas do mundo e garantirá uma gestão com mais capacidade de investimentos, “mais profissional e contemporânea” e que “também desfaz amarras burocráticas”.

O governo do Estado informou, em nota, que “o preço da conta de luz ao consumidor final não será alterado”.

A ação CMIG4 encerrou o dia 18 cotada a R$ 11,68.

Cemig (CMIG4)

Vale lembrar que o governo mineiro detém, atualmente, 17,04% das ações da empresa, mas continua como acionista controlador por ser dono de 50,97% das ações ordinárias (com direito a voto) e nenhuma ação preferencial (sem direito a voto, mas que tem preferência no recebimento de dividendos).

O político pretende, também, implementar “travas societárias para garantir que nenhum acionista tenha mais direitos de voto que o governo”.

Para os anos à frente, afirmou, a Cemig também passará a ter mais sócios.