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Herdeiros do “Rei da Soja” brigam por fortuna bilionária.

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A convivência entre os integrantes da família Maggi seguia tranquila até o mês passado, quando teve início uma disputa fervorosa pelo patrimônio deixado pelo empresário que ficou conhecido como o “Rei da Soja”.

André Antônio Maggi construiu um dos maiores conglomerados de empresas do agronegócio do mundo, com atuação não só no Brasil, mas em vários outros países, como Argentina, China, Paraguai, Holanda, Suíça, Noruega e Cingapura.  

Maggi morreu em 2001. Ele foi diagnosticado com Mal de Parkinson, e a doença já estava em nível avançado. A esposa, Lúcia Maggi, os filhos e os genros assumiram os negócios. Todos eles são considerados bilionários, com patrimônio médio acima de R$ 6 bilhões.

A relação que vinha sendo calma, até então, foi abalada e estremecida após uma descoberta recente. Uma das herdeiras não ficou nada satisfeita ao consultar documentos antigos e perceber as mudanças que foram realizadas na composição societária das empresas, nos meses que antecederam a morte do pai.

Falsificação de assinatura?

Estamos falando de Carina Maggi, uma filha que foi concebida por André fora do casamento e que foi reconhecida pelos demais irmãos no dia da morte do pai. No decorrer do velório, ela chegou a ser orientada a fazer um exame de DNA.

Carina alega que algumas assinaturas de documentos importantes da empresa têm sinais de falsificação, e são justamente papéis que alteraram o quadro societário, doando para a esposa de Maggi as cotas que ele tinha nas duas principais empresas do grupo. Com isso, essa parte do patrimônio não entrou na partilha entre os filhos.

A grave acusação gerou uma tremenda reviravolta no caso. De acordo com os advogados de Carina, essas cotas envolvem as maiores fazendas e os principais veículos e máquinas agrícolas da herança.

Questionamento judicial

A defesa de Carina pretende entrar com uma ação na Justiça do Mato Grosso, assim que terminar o recesso judiciário. A filha vai pedir a nulidade das transferências que foram feitas para Lúcia Maggi.

Os advogados contrataram uma perita especializada em análise documental e grafotécnica para avaliar os documentos e as assinaturas. O laudo feito por ela concluiu que a grafia que aparece nos papéis não bate com a de assinaturas antigas do “Rei da Soja”.

A defesa pretende, ainda, entrar com uma representação contra o grupo Amaggi, nos Estados Unidos, no órgão federal que é equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil. A empresa preferiu não se pronunciar sobre o caso, alegando que se trata de uma questão particular da família.

Gaúcho, André Maggi começou a construir o próprio patrimônio em 1955, quando montou uma empresa de processamento de grãos no Paraná. Em seguida, ele ampliou a presença do negócio para o Mato Grosso e, logo, se tornou um dos maiores produtores de soja do país.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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