Ibovespa se afasta dos 100 mil pontos, mas fecha em alta

Depois de chegar perto dos 100 mil pontos ao longo do pregão, o Ibovespa desacelerou o movimento e encerrou o dia com alta de 0,35%, aos 98.651 pontos. Durante a sessão, o índice variou entre a mínima de 98.309 pontos e a máxima de 99.917 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 33,056 bilhões.

A redução da alta se deu após o encerramento exercício de opções. Segundo dados da B3, o exercício movimentou R$ 10,4 bilhões, sendo R$ 5,9 bilhões em opções de compra e R$ 4,4 bilhões em opções de venda.

Além do exercício, o que também contribuiu para um dia mais otimistas, foram às informações de que o pacote de ajuda para os Estados Unidos está próximo de sair. Por aqui, as sinalizações do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de que o teto de gasto será mantido, também trouxeram alento aos investidores.

Durante evento promovido pela XP Investimentos no final de semana, Maia afirmou que não irá prorrogar o estado de calamidade para obter recursos para o Renda Cidadã. Guedes já havia dito a mesma coisa e ainda reforçou que reconhece os riscos fiscais percebidos pelos investidores e que o governo está agindo para ancorar as expectativas. O ministro disse ainda que é preferível manter o programa Bolsa Família, criado na gestão do PT, como está, do que agir contra a responsabilidade fiscal.

Logo cedo, o Banco Central divulgou o boletim Focus. Os analistas do mercado elevaram a estimativa de inflação para este ano de 2,47% para 2,65%, essa é a décima semana seguida de alta. Para 2021, a previsão foi mantida em 3,02%. Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas caíram de 5,03% para 5% neste ano. Para o ano que vem, caiu de 3,50% para 3,47%. Para a Selic, as expectativas foram mantidas para este e o próximo ano em 2% e 2,5%, respectivamente.

Do lado corporativo, Petrobras e os bancos fecharam em alta. Ao longo do dia, esses papéis contribuíram para puxar o índice para cima, em razão do vencimento de opções, quando essas ações costumam ter forte movimento. O papel da petroleira fechou com ganho de 1,24%. Entre as instituições financeiras, Itaú subiu 1,04%, Bradesco ganhou 1,25% e Banco do Brasil, +1,02%.

Já as ações da novata Grupo Mateus fecharam em queda 3,5%, repercutindo a informação de que foram encontrados “deficiências moderadas” em seus controles internos. De acordo com o relatório da auditoria Grant Thornton, foram verificados registros fora do seu livro contábil e operações entre partes relacionadas com saldos já vencidos, mas sem devida baixa. O Grupo Mateus afirmou que não existem ressalvas no parecer do auditor sobre as demonstrações financeiras e que não é obrigada a divulgar deficiências moderadas, apesar de tê-lo feito em seu formulário.

C&A terminou com valorização de 6,56%, após a informação de que os controladores têm interesse em sair do país. O movimento permitirá que a empresa concentre sua operação na Europa. A notícia já era esperada pelo mercado.

Se por um lado o avanço dos casos do coronavírus na Europa deve continuar ditando a cautela os negócios. Por outro, a possibilidade de a vacina contra a doença, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, estar próxima de ser concluída anima os investidores.

Mais cedo, o governador do Estado de São Paulo, João Doria, disse que a vacina Sinovac mostrou-se segura em testes realizados no Brasil. “Os primeiros resultados do estudo clínico realizado no Brasil comprovam que entre todas as vacinas testadas no país, a CoronaVac é a mais segura, a que apresenta os melhores índices e mais promissores no Brasil, e é de fato a vacina mais avançada neste momento”, disse Doria em entrevista coletiva.

Em Nova York, o Dow Jones encerrou com queda de 1,44%, aos 28.195 pontos e o Nasdaq com perda de 1,65%, aos 11.478 pontos.