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Economia

Incêndios em canaviais podem afetar próxima safra do Brasil, diz Unica

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A sequência de incêndios que atinge canaviais do centro-sul do Brasil não deve alterar as perspectivas para a produção de açúcar da atual temporada, mas pode prejudicar a próxima safra, disse nesta quarta-feira a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), citando também uma seca prolongada.

Operadores e analistas têm citado os incêndios e o tempo excessivamente seco no Brasil como um dos fatores de suporte aos preços do açúcar negociado em Nova York, que subiram nas últimas sessões.

“A maior preocupação consiste em fogos em áreas já colhidas, que pode impactar a oferta de cana para o próximo ciclo, pois, além do fogo, tivemos veranico prolongado afetando o desenvolvimento das áreas de cana soca”, disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, referindo-se às áreas onde a cana já foi cortada e as plantas estão começando a se desenvolver para a safra 2021.

Em resposta a questões enviadas por email, o diretor não deu detalhes.

As áreas centrais do Brasil têm registrado o segundo ano consecutivo de chuvas abaixo da média. A seca excessiva resultou em um grande número de incêndios, tanto em áreas florestais quanto em áreas agrícolas.

Segundo o Agricultural Weather Dashboard do terminal Eikon, da Refinitiv, a precipitação acumulada em Ribeirão Preto (SP), importante região produtora de cana, por exemplo, soma 13,5 milímetros desde o início de agosto, ante 120 milímetros na média normal para o período.

Um corretor de açúcar nos Estados Unidos afirmou que apesar dos problemas, ainda parece ser muito cedo para considerar danos à próxima safra.

“Perguntei a alguns grandes produtores do Brasil sobre o tempo seco, e eles me disseram: ‘me liga de volta em novembro'”, disse ele.

Outro corretor de açúcar, este com base em Londres, disse que as notícias do Brasil aparentam ser “exageradas”.

O período de chuvas a partir de outubro pode regenerar os cultivos, mas áreas que foram afetadas pelos incêndios terão de ser replantadas, acrescentou Matheus Costa, analista de açúcar da corretora StoneX.

“É difícil ter uma avaliação precisa agora. Mas há riscos para a produção futura em algumas áreas”, afirmou.

 

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